Durante a campanha, os três primeiros colocados, Braide, Duarte e Neto Evangelista esconderam suas relações com o bolsonarismo, em baixa nesta eleição, para não perder votos.
Por outro lado, o governador Flávio Dino optou por lançar diversas candidaturas em consórcio, mas acabou sendo derrotado no seu projeto prioritário, Rubens Júnior, e agora no segundo turno apoia de forma desavergonhada um candidato do partido dos filhos de Bolsonaro, o mesmo do vice-governador Carlos Brandão.
Flávio Dino ainda viu seu Partido encolher no Estado e perder em cidades importantes como Caxias e Imperatriz, além de ver parte considerável da sua base de apoio declarar apoio à Braide, do PODEMOS, o Partido que mais votou nos projetos de Bolsonaro na Câmara e apoiado pelo senador bolsonarista Roberto Rocha.
Precisamos preparar desde já a luta contra os ataques dos governos. O aumento de impostos como ISS e IPTU, além da alíquota da contribuição previdenciária dos servidores municipais estão na pauta de qualquer um que seja eleito, embora eles neguem tudo durante a campanha.
O aumento da tarifa dos transportes coletivos e a revisão do Plano Diretor também devem ser discutidos pelo próximo prefeito e pela Câmara de Vereadores. Pelo perfil conservador e empresarial dos eleitos sabemos quais interesses serão protegidos.
O PSTU fez uma campanha limpa, apresentando propostas com base em um programa de enfrentamento ao sistema, expresso em um plano emergencial para combater os efeitos prejudiciais da pandemia sobre os trabalhadores e mais pobres, atacando os privilégios do prefeito, secretários, vereadores e das grandes empresas.
Fomos excluídos da maioria dos debates e impedidos de apresentar nossos programas eleitorais no rádio e na TV, o que demonstra o caráter excludente e antidemocrático desse processo que é organizado para que tudo fique como estar e para que a crise seja jogada nas costas dos mais pobres.
Por isso, acreditamos que somente a auto organização dos trabalhadores pode virar esse jogo e impor um plano que privilegie os setores mais explorados e oprimidos da cidade.
O voto nulo no segundo turno expressa o sentimento de reprovação ao Bolsonarismo presente nas duas candidaturas, que não merecem o apoio dos trabalhadores.
Nós, que construímos toda a riqueza que existe, podemos governar a cidade, mostrar a nossa força e vencer. O PSTU continua na luta para organizar a classe contra os governos e patrões.
São Luís, 19 de novembro de 2020
Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado