Já faz alguns meses, desde que iniciou as
disputas eleitorais, que militantes do PSOL do Maranhão vêm caluniando nossa
organização nas redes sociais. No primeiro momento relutamos em responder
porque consideramos de baixo nível e completamente alheia aos métodos que a
esquerda revolucionária costuma utilizar para debater suas diferenças. Porém, nos
últimos dias essas calúnias se intensificaram obrigando-nos a responder.
Antes, porém, queremos pedir desculpas a
todos os militantes honestos e revolucionários desse partido que não coadunam com
esse tipo de prática. Por outro lado, vamos tentar não rebaixar o debate ao nível
dos ataques infantis dos nossos caluniadores.
Os ataques são tão desonestos que não há
qualquer nota assinada por sua direção ou por qualquer uma de suas correntes
interna. O debate se faz com postagens irresponsáveis de militantes que entram
nas redes sociais como se estivessem entrando em um baile de máscaras. Os
militantes revolucionários devem, antes de tudo, dizer de onde falam, pra quem
falam e porque falam. É tradição entre as organizações de esquerda gastar
salivas falando a verdade de frente, com clareza e não cuspindo calúnias nas
costas dos adversários do mesmo campo político.
Para atacar nossa organização os
caluniadores atacam o camarada Marcos Silva, candidato ao senado pelo PSTU.
Dizem que Marcos Silva burla a lei Maria da Penha, que protege machista, etc. Até
agora não falaram de que forma o companheiro burla a lei Maria da Penha e nem
muito menos quem é o machista protegido.
Nosso método em relação às opressões é
outro. Recentemente uma jovem negra militante do nosso partido foi vítima de
racismo, que é uma opressão tão grave quanto o machismo, e nós vamos tornar
isso público. Vamos dizer como aconteceu, onde e o nome do agressor. No caso de
Marcos Silva, se existe a pessoa prejudicada é bom que se diga quem é.
Nosso Partido tem direção, assim como o
PSOL, e nenhuma conversa foi-nos proposta ou qualquer documento formal do PSOL
chegou até nossas mãos a cerca desse assunto. O método que esses companheiros escolheram
se iguala aos da burguesia, que ataca os partidos de nossa classe escondendo os
seus. Já que verdade não é colocada claramente, resta-nos fazer algumas
conjecturas.
Quando os caluniadores dizem que protegemos
machistas provavelmente estão se referindo a um militante do próprio PSOL, que
conforme insinuam nas redes sociais, teria agredido sua ex-namorada que também
é militante do PSOL. Esse companheiro foi convidado pelo Movimento Luta Popular
para participar de um debate. Dias depois, postagens e mais postagens de
militantes do PSOL choveram nas redes socais nos acusando de proteger machista.
É cômico, se não fosse trágico, saber que os dois são militantes do PSOL, e não
do PSTU, que os nomes dos mesmos seguem preservadíssimos, que nada foi
publicado pelo PSOL a respeito desse acontecimento. E somos nós do PSTU que
protegemos machistas? Ora, quem deve se posicionar publicamente a cerca desse
acontecimento é a direção do PSOL. Se o caso ocorreu e se foi apurado, porque
não puniram o agressor, por que não procuraram nossa direção para comunicar o
ocorrido, onde está o documento acerca desse caso? Agora, se o PSOL não teve
competência para resolver a questão em tela, solicitamos que os movimentos
organizados o façam, para além da justiça burguesa. Da mesma forma que exigimos
publicamente que o PSOL não jogue suas crises nas costas de nossa organização,
nem muito menos tente nos utilizar como sua palmatória política.
Somos um Partido que assume publicamente
que as opressões se reproduzem para além da sociedade burguesa, mas também no
interior das organizações de esquerda. Nenhum militante, por mais
revolucionário que seja, está livre desse tipo de mazela que a burguesia utiliza
para melhor explorar e dividir a nossa classe.
Nós caracterizamos que todo homem, em menor
ou maior grau, reproduz o machismo. E é por isso mesmo que educamos nossos
militantes em outra perspectiva e os sancionamos quando necessário. Porém, não
aceitamos que uma questão tão cara para nossas mulheres seja transformada em
especulação ou usada para caluniar militantes. Esse método desqualificado e
pequeno-burguês de tratar a questão das opressões é um desserviço à luta dos oprimidos.
Para além de discurso, nosso Partido tem se dedicado a organizar a luta dos
setores oprimidos de nossa classe. Ajudamos a construir o maior encontro de
Mulheres e de Negros e Negras Socialistas dos últimos 20 anos em nosso país,
via CSP Conlutas. Também foi pela CSP Conlutas que construímos um encontro de LGBT
com mais de quinhentos participantes, e um encontro com 150 travestis em SP.
Temos clareza de que a revolução socialista brasileira passará necessariamente
pelas mãos desses setores oprimidos e explorados de nossa classe. Não por menos
que o PSTU se notabilizou nacionalmente
como o partido que lançou, proporcionalmente, o maior número de candidatos
negros e mulheres.
O
vale tudo das eleições burguesas por trás dos ataques do PSOL a nossa
organização
A maioria das calúnias contra nosso Partido
parte de Haroldo Sabóia e da jornalista Fernanda Sabóia. É bom lembrar que
Haroldo Sabóia é um político tradicional que já passou pelo PMDB, PDT, PT, PPS
e agora aterrissou no PSOL. Desde que as pesquisas dos institutos ligados a grande
mídia mostraram Marcos Silva empatado ou mesmo à frente desse político, o mesmo
começou a entrar em um frenético desespero e, juntamente com sua esposa,
começaram a enlamear o companheiro Marcos Silva, conforme mostramos acima.
Obviamente que obter mais votos do que o
PSOL numa eleição burguesa é uma grande vitória para nossa organização, já que
não atuamos nesse processo da mesma como faz o PSOL. No
entanto, para nós o mais importante é sair deste processo com nosso Partido
mais fortalecido e com classe trabalhadora mais consciente de sua missão histórica
que é a construção da Revolução Socialista. Por isso que durante as Jornadas de
Junho insistimos em manter nossas bandeiras erguidas e nossa militância nas
ruas, diferente do PSOL que capitulou à pressão da grande mídia, dos partidos
burgueses e do sentimento pequeno burguês.
As eleições para nossa organização é apenas
ponto de apoio para fortalecer a luta da nossa classe. Nossos parlamentares, a
professora Amanda Gurgel (Natal- RN) que foi a candidata proporcionalmente
mais bem votada do país, vive com salário de professora, bem com o operário Cleber
Rabelo (Belém-PA) que vive com salário de operário. Somos radicalmente
contrários à profissionalização pelo parlamento. Por isso participamos deste processo
com muita tranquilidade. Mais do que eleger parlamentares, dedicamos nossas
vidas a construção da Revolução, mais do que discursar nos púlpitos dos
parlamentos burgueses, nós queremos falar para nossa classe nas greves.
Para
nós, o “vale tudo” das eleições burguesas deve ser jogado no lixo da história.
Não colocamos nosso Partido em risco em meio a essa coreografia eleitoral. Pela
Revolução sim, somos capazes de entregar nossas vidas!
Aqueles que destilam veneno contra nossa
organização não aparecem nos espaços construídos pelos movimentos sociais para
fomentar o debate entre os lutadores. Não apareceram, por exemplo, no debate
sobre opressão racial que foi organizado pelos movimentos Quilombo Raça e
Classe e Quilombo Urbano, realizado no dia 29 de setembro com os candidatos da
esquerda socialista. Apenas o candidato ao governo pelo PSOL, Antônio Pedrosa,
e o candidato a de deputado estadual,
professor Joseilton, estiveram presentes, e com esses tratamos das nossas
diferenças de maneira direta, sincera e fraterna, olhando olho no olho. É assim
que fazemos.
Mesmo onde foi possível construir a frente
de esquerda com o PSOL não deixamos nossas diferenças de lado. Onde o PSOL
aceitou financiamento de empresas, se aliou ao PMN (Pernambuco) e ao PSDB
(Alagoas) e lançaram candidatos sionistas, nós denunciamos duramente, mas
fizemos em nota pública do nosso Partido e não jogando indireta nas redes
sociais para confundir a militância de esquerda e permitir que alguns abutres que
vivem parasitando nosso Partido, igualmente nos caluniem ou mesmo a própria
oligarquia e seus bajuladores que se aproveitam de tais calúnias.
Marcos Silva é um militante histórico do
nosso Partido e da esquerda do Maranhão, muitas vezes caluniado pela oligarquia
que teve que engolir cada uma das suas desgraçadas invenções. Infelizmente, a
história se repete desgraçadamente, agora vindo da própria esquerda, e o que é
pior, em meio a uma disputa que não é campo da nossa classe, as eleições
burguesas. Não vamos aceitar que uma vida dedicada à luta pelo Socialismo seja
manchada com calúnias proveniente de quem faz política com os olhos grudados
nas urnas.
Por fim, comunicamos que, infelizmente,
vamos acionar a justiça burguesa para que todas as calúnias feitas contra Marcos
Silva sejam provadas uma a uma e exigimos que a direção do PSOL se posicione publicamente
a respeito desse caso.
Direção do PSTU Maranhão