Por Nelson Júnior
da Juventude do PSTU
Sem sombras de dúvidas, as lutas de
2013 abalaram a estabilidade política que vivia o país desde a época das
“Diretas Já” no Brasil. Foi um ano onde as manifestações se chocaram contra os
governos do PT/PMDB e toda a sua base aliada, além de empresários e grandes
corporações, como a rede Globo.
No Maranhão, a Família Sarney que
comanda o estado há meio século teve que mudar toda sua postura política frente
às mobilizações de junho que questionaram seu governo. Tanto é que todas as
manifestações, até as recentes do mês de novembro tinham como destino final a
Praça Pedro II, onde fica a sede política do Governo, o Palácio dos Leões.
Um estado empobrecido!
Todo maranhense está cansado das
piadas que são colocadas quando viajamos para outros estados. A famosa frase
que o “Maranhão é a terra dos Sarney’s” ganha uma conotação trágica se não
fosse ao mesmo tempo cômica. A situação
de miséria que se encontra o nosso povo é fruto de intenso e longo processo de
apropriação da receita que é gerada pelo
trabalho da classe trabalhadora maranhense e pelo uso indevido e irresponsável
dos recursos naturais de nossas terras, que enche os bolsos dessa
tradicional família da oligarquia brasileira.
Os dados do próprio governo mostram
que as principais economias do estado (minério e soja) tiveram relativa estabilização
e/ou queda na exportação, como é o caso do minério de ferro. Até a Refinaria Premium da Petrobrás teve redução no andamento da obra e na conclusão dos projetos[1].
Esta é uma das obras faraônicas do governo do Maranhão e a promessa de grandes
empregos ao trabalhador maranhense. Mas pelo visto ficaremos só nas promessas.
As propagandas do governo de Roseana
Sarney (PMDB/PT) de que o estado vai muito bem se choca com a realidade dos
últimos meses na segurança pública estadual, nas condições de trabalho, na
educação e saúde e também no IDH que segue em um dos últimos lugares, conforme
última pesquisa da Organização das Nações Unidas. A crise do sistema prisional e
falta de investimento em escolas no estado são as principais notícias
veiculadas nos últimos meses na imprensa nacional.
A condição de vida da população,
principalmente das mulheres e dos negros tem piorado. Os piores postos de
emprego ou com as piores condições de trabalho estão destinados a esse setores
da classe trabalhadora. Durante o mês de novembro as organizações do movimento
negro e popular, como o Quilombo Raça e Classe e o Movimento Luta Popular,
junto com o Movimento de Quilombolas da Baixada estiveram à frente da Marcha da
Periferia para denunciar o extermínio organizado pelo estado bonapartista à
população negra, quilombola e tradicionais no estado e em todo o país.
É preciso que em 2014 as organizações
de esquerda apresentem um projeto que rompa com o atraso do sistema político
orquestrado pela oligarquia Sarney e os movimentos sociais devem voltar às ruas
para questionar esse governo que tem cada vez mais priorizado as multinacionais
como a Vale e a Alcoa, isentas de altos valores em seus impostos.
A juventude que sonha e luta tem uma
alternativa socialista
Durante o ano de 2013 os jovens
estiveram à frente das principais manifestações de rua que denunciavam a
situação precária da educação e da saúde e questionavam as milionárias obras da
Copa que só enriqueceram as grandes empreiteiras do setor.
Também foi alvo das manifestações o
sistema de transporte e as altas tarifas impostas pelos governos do PT e do
PSDB na maioria das capitais. Onde não teve aumento, os trabalhadores e a
juventude se organizaram para questionar os esquemas de corrupção, as regalias
dos partidos políticos de direita, as privatizações e os escândalos que envolviam desde à Câmara
de Direitos Humanos e Minorias do Governo Dilma, presidida pelo Dep. Marco
Feliciano, até falta de serviços das Câmaras Municipais.
Foi assim em São Luís! A juventude que esteve à frente da ocupação da reitoria da UFMA em
maio, esteve também à frente das lutas que se confrontavam contra o governo de
Edivaldo Holanda Júnior (PTC/PCdoB) e também da Câmara de Vereadores, onde fazem
parte políticos de inúmeros partidos de direita, legendas e o PCdoB.
Foi uma dura batalha que depois das
ruas de junho, seguiu os meses de julho, agosto e setembro com a entrada da
classe trabalhadora. As lutas que nacionalizaram e levaram milhares de jovens
às ruas de junho, também esteve presente e refletiu as greves feitas pelos
trabalhadores em julho e agosto. Nessas a juventude também estiveram presentes
para reforçar a construção de um projeto classista e socialista com a classe
trabalhadora.
É importante destacar que durante
todos esses processos entidades importantes da juventude maranhense estiveram
presentes dirigindo e co-dirigindo as lutas no estado, principalmente em São
Luís, como é o caso do Diretório Central de Estudantes da UFMA (DCE-UFMA) e da
Assembleia Nacional de Estudantes – Livre (ANEL). Nas principais lutas, sejam
elas dentro ou fora da universidade essas entidades foram o ponto de apoio da
juventude aqui no Maranhão. Entre elas estiveram: as jornadas de junho, a
ocupação da Câmara de Vereadores de São Luís, a lutas por Assistência
Estudantil na UFMA e a luta contra as opressões.
Nós da Juventude do PSTU, estivemos
juntos mobilizando, construindo e apoiando todas essas lutas em são Luís. Em
2014 jogaremos todo o nosso peso para mobilizar ainda mais a juventude do
estado para fortalecer a construção de um projeto socialista. 2013 demonstrou
ser apenas um pouco de tudo que pode acontecer com as Jornadas e Lutas que já
se organizam para o ano que vem, o ano da Copa.
Aqui no estado, colocaremos toda a
estrutura do nosso partido e das entidades que impulsionamos a serviço das
lutas e mobilizações. Já estamos apoiando e impulsionando uma campanha contra a
Criminalização dos Movimentos Sociais. O governo Dilma anunciou recentemente
que manterá todo o diálogo com os movimentos sociais, que não houve em 2013. O
próximo ao que tudo indica será de muita luta e desde já desejamos que eles
sejam de muitas conquitas!
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