segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

Lutas, ocupações e manifestações marcaram o ano no Maranhão



Por Nelson Júnior
da Juventude do PSTU

Sem sombras de dúvidas, as lutas de 2013 abalaram a estabilidade política que vivia o país desde a época das “Diretas Já” no Brasil. Foi um ano onde as manifestações se chocaram contra os governos do PT/PMDB e toda a sua base aliada, além de empresários e grandes corporações, como a rede Globo.
No Maranhão, a Família Sarney que comanda o estado há meio século teve que mudar toda sua postura política frente às mobilizações de junho que questionaram seu governo. Tanto é que todas as manifestações, até as recentes do mês de novembro tinham como destino final a Praça Pedro II, onde fica a sede política do Governo, o Palácio dos Leões.

Um estado empobrecido!

Todo maranhense está cansado das piadas que são colocadas quando viajamos para outros estados. A famosa frase que o “Maranhão é a terra dos Sarney’s” ganha uma conotação trágica se não fosse ao mesmo tempo cômica.  A situação de miséria que se encontra o nosso povo é fruto de intenso e longo processo de apropriação da receita que é gerada pelo trabalho da classe trabalhadora maranhense e pelo uso indevido e irresponsável dos recursos naturais de nossas terras, que enche os bolsos dessa tradicional família da oligarquia brasileira.
Os dados do próprio governo mostram que as principais economias do estado (minério e soja) tiveram relativa estabilização e/ou queda na exportação, como é o caso do minério de ferro. Até a Refinaria Premium da Petrobrás teve redução no andamento da obra e na conclusão dos projetos[1]. Esta é uma das obras faraônicas do governo do Maranhão e a promessa de grandes empregos ao trabalhador maranhense. Mas pelo visto ficaremos só nas promessas.
As propagandas do governo de Roseana Sarney (PMDB/PT) de que o estado vai muito bem se choca com a realidade dos últimos meses na segurança pública estadual, nas condições de trabalho, na educação e saúde e também no IDH que segue em um dos últimos lugares, conforme última pesquisa da Organização das Nações Unidas. A crise do sistema prisional e falta de investimento em escolas no estado são as principais notícias veiculadas nos últimos meses na imprensa nacional.
A condição de vida da população, principalmente das mulheres e dos negros tem piorado. Os piores postos de emprego ou com as piores condições de trabalho estão destinados a esse setores da classe trabalhadora. Durante o mês de novembro as organizações do movimento negro e popular, como o Quilombo Raça e Classe e o Movimento Luta Popular, junto com o Movimento de Quilombolas da Baixada estiveram à frente da Marcha da Periferia para denunciar o extermínio organizado pelo estado bonapartista à população negra, quilombola e tradicionais no estado e em todo o país.
É preciso que em 2014 as organizações de esquerda apresentem um projeto que rompa com o atraso do sistema político orquestrado pela oligarquia Sarney e os movimentos sociais devem voltar às ruas para questionar esse governo que tem cada vez mais priorizado as multinacionais como a Vale e a Alcoa, isentas de altos valores em seus impostos.

A juventude que sonha e luta tem uma alternativa socialista

Durante o ano de 2013 os jovens estiveram à frente das principais manifestações de rua que denunciavam a situação precária da educação e da saúde e questionavam as milionárias obras da Copa que só enriqueceram as grandes empreiteiras do setor.
Também foi alvo das manifestações o sistema de transporte e as altas tarifas impostas pelos governos do PT e do PSDB na maioria das capitais. Onde não teve aumento, os trabalhadores e a juventude se organizaram para questionar os esquemas de corrupção, as regalias dos partidos políticos de direita, as privatizações  e os escândalos que envolviam desde à Câmara de Direitos Humanos e Minorias do Governo Dilma, presidida pelo Dep. Marco Feliciano, até falta de serviços das Câmaras Municipais.
Foi assim em São Luís! A juventude que esteve à frente da ocupação da reitoria da UFMA em maio, esteve também à frente das lutas que se confrontavam contra o governo de Edivaldo Holanda Júnior (PTC/PCdoB) e também da Câmara de Vereadores, onde fazem parte políticos de inúmeros partidos de direita, legendas e o PCdoB.
Foi uma dura batalha que depois das ruas de junho, seguiu os meses de julho, agosto e setembro com a entrada da classe trabalhadora. As lutas que nacionalizaram e levaram milhares de jovens às ruas de junho, também esteve presente e refletiu as greves feitas pelos trabalhadores em julho e agosto. Nessas a juventude também estiveram presentes para reforçar a construção de um projeto classista e socialista com a classe trabalhadora.
É importante destacar que durante todos esses processos entidades importantes da juventude maranhense estiveram presentes dirigindo e co-dirigindo as lutas no estado, principalmente em São Luís, como é o caso do Diretório Central de Estudantes da UFMA (DCE-UFMA) e da Assembleia Nacional de Estudantes – Livre (ANEL). Nas principais lutas, sejam elas dentro ou fora da universidade essas entidades foram o ponto de apoio da juventude aqui no Maranhão. Entre elas estiveram: as jornadas de junho, a ocupação da Câmara de Vereadores de São Luís, a lutas por Assistência Estudantil na UFMA e a luta contra as opressões.
Nós da Juventude do PSTU, estivemos juntos mobilizando, construindo e apoiando todas essas lutas em são Luís. Em 2014 jogaremos todo o nosso peso para mobilizar ainda mais a juventude do estado para fortalecer a construção de um projeto socialista. 2013 demonstrou ser apenas um pouco de tudo que pode acontecer com as Jornadas e Lutas que já se organizam para o ano que vem, o ano da Copa.
Aqui no estado, colocaremos toda a estrutura do nosso partido e das entidades que impulsionamos a serviço das lutas e mobilizações. Já estamos apoiando e impulsionando uma campanha contra a Criminalização dos Movimentos Sociais. O governo Dilma anunciou recentemente que manterá todo o diálogo com os movimentos sociais, que não houve em 2013. O próximo ao que tudo indica será de muita luta e desde já desejamos que eles sejam de muitas conquitas!


[1] Boletim de Conjuntura Econômica do Estado do Maranhão
, setembro de 2013;

Nenhum comentário:

Postar um comentário