Alguns setores dos movimentos sociais e de esquerda se esquivam da bandeira “Fora Feliciano” sob a alegação de que essa palavra de ordem divide os manifestantes, sobretudo por que afastaria os evangélicos que tem engrossado as fileiras das manifestações por todo o Brasil.
Esse mesmo argumento foi utilizado durante décadas contra o Movimento Negro, inclusive por setores da esquerda marxista stalinizada. A equação era simples: o problema do Brasil era exclusivamente de classe, logo a luta contra o racismo ao invés de unificar, dividiria a classe. Como o racismo era, acertadamente, encarado como uma ideologia orgânica do capitalismo, então bastava esperar a chegada do socialismo e todos nós viveríamos tranquilamente num hipotético paraíso racial. Basta transportar essa mesma equação para a questão dos GLBT para entender a defesa descabida dessa posição por alguns ativistas do movimento popular.
Ora, o que move os revolucionários em suas lutas é a necessidade de libertar a humanidade, que só seria possível com a construção de uma sociedade sem classes, uma sociedade sem Estado, uma sociedade comunista. Mas, isso não implica abrir mão de lutar por bandeiras democráticas no interior do próprio capitalismo. A bandeira de luta contra a homofobia deve ser parte do Programa de Transição rumo ao socialismo. Esse Programa de Transição seria uma combinação de reivindicações de grupos específicos (negros, mulheres, índios, LGBT) com as nossas bandeiras mais gerais de luta contra o capitalismo, algo completamente conciliável.
Quanto aos evangélicos conservadores ou qualquer outro grupo social, cabe dialogar para convencer que a homossexualidade faz parte da história da humanidade e que, portanto, deve ser encarado como algo completamente natural e humano. Já a existência das classes sociais que tem pouco mais de seis mil anos de existência- um lapso de tempo na história da humanidade- é que deve ser eliminada, por que essa sim é uma verdadeira anomalia histórica.
Enfim, não é a luta contra as opressões que divide a classe ou os movimentos, mas é a existência e penetração dessas ideologias opressoras na consciência da maioria dos trabalhadores que efetivamente divide nossa classe.
TODOS AO ATO “ENQUANTO ELES BATEM, A GENTE BEIJA!”
Sexta, às 16h, na Praça Nauro Machado, Praia Grande, São Luís-MA
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