quinta-feira, 19 de novembro de 2020

Nem Braide nem Duarte! PSTU defende voto nulo em São Luís.


As eleições em São Luís tiveram um expressivo número de abstenções resultado da pandemia, mas também da desconfiança da população que as eleições possam mudar alguma coisa em suas vidas.

Durante a campanha, os três primeiros colocados, Braide, Duarte e Neto Evangelista esconderam suas relações com o bolsonarismo, em baixa nesta eleição, para não perder votos.

Por outro lado, o governador Flávio Dino optou por lançar diversas candidaturas em consórcio, mas acabou sendo derrotado no seu projeto prioritário, Rubens Júnior, e agora no segundo turno apoia de forma desavergonhada um candidato do partido dos filhos de Bolsonaro, o mesmo do vice-governador Carlos Brandão.

Flávio Dino ainda viu seu Partido encolher no Estado e perder em cidades importantes como Caxias e Imperatriz, além de ver parte considerável da sua base de apoio declarar apoio à Braide, do PODEMOS, o Partido que mais votou nos projetos de Bolsonaro na Câmara e apoiado pelo senador bolsonarista Roberto Rocha.

Precisamos preparar desde já a luta contra os ataques dos governos. O aumento de impostos como ISS e IPTU, além da alíquota da contribuição previdenciária dos servidores municipais estão na pauta de qualquer um que seja eleito, embora eles neguem tudo durante a campanha.

O aumento da tarifa dos transportes coletivos e a revisão do Plano Diretor também devem ser discutidos pelo próximo prefeito e pela Câmara de Vereadores. Pelo perfil conservador e empresarial dos eleitos sabemos quais interesses serão protegidos.

O PSTU fez uma campanha limpa, apresentando propostas com base em um programa de enfrentamento ao sistema, expresso em um plano emergencial para combater os efeitos prejudiciais da pandemia sobre os trabalhadores e mais pobres, atacando os privilégios do prefeito, secretários, vereadores e das grandes empresas.

Fomos excluídos da maioria dos debates e impedidos de apresentar nossos programas eleitorais no rádio e na TV, o que demonstra o caráter excludente e antidemocrático desse processo que é organizado para que tudo fique como estar e para que a crise seja jogada nas costas dos mais pobres.

Por isso, acreditamos que somente a auto organização dos trabalhadores pode virar esse jogo e impor um plano que privilegie os setores mais explorados e oprimidos da cidade.

O voto nulo no segundo turno expressa o sentimento de reprovação ao Bolsonarismo presente nas duas candidaturas, que não merecem o apoio dos trabalhadores.

Nós, que construímos toda a riqueza que existe, podemos governar a cidade, mostrar a nossa força e vencer. O PSTU continua na luta para organizar a classe contra os governos e patrões.

São Luís, 19 de novembro de 2020 

Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado

quarta-feira, 4 de novembro de 2020

AUXÍLIO EMERGENCIAL: Uma falsa polêmica entre os candidatos a Prefeito de São Luís.


O candidato Duarte Jr (Republicanos) defendeu em seu programa eleitoral a criação de um auxílio emergencial municipal. Primeiramente, vale lembrar que Duarte é do mesmo partido dos filhos de Bolsonaro, que minimizou a pandemia e sempre foi contra o pagamento do auxílio federal, chegando a defender que fosse de apenas R$ 200.

A proposta de Duarte Júnior foi duramente criticada pelos demais candidatos, especialmente Neto Evangelista (DEM) e Yglesio Moyses (PROS) que argumentaram que nem o governo federal tinha dinheiro para pagar o auxilio, quanto mais a Prefeitura de São Luís e portanto, tudo não passava de uma promessa eleitoreira.

Quem está com a razão? No caso nenhum dos três.

Primeiramente, vale destacar que é mentira que não existe dinheiro para pagar o auxílio emergencial. Durante a pandemia o Governo Bolsonaro continuou pagando a discutível dívida pública e destinou mais de 1 trilhão para os banqueiros fazerem especulação.

Para nós do PSTU era possível com este dinheiro garantir renda digna para toda a população e quarentena geral para combater a pandemia e não somente míseros 600 reais que obrigou a população a voltar às ruas para buscar seu sustento.

Alem disso, os governos estaduais e municipais poderiam complementar o auxílio se também suspendessem o pagamento da divida pública e cortassem privilégios.

Porém, não poderíamos esperar que isso de fato fosse cumprido por Duarte Júnior, pois isso significaria se enfrentar com os interesses dos bancos e das grandes empresas, posicionamento político oposto ao de Duarte que recentemente propôs transferir mais verbas públicas para hospitais privados sob a justificativa de zerar a fila de cirurgias.

Em sua defesa, apoiadores de Duarte Júnior justificaram que o candidato na realidade propôs pagar o auxílio em moldes semelhantes ao auxílio que o Prefeito Edvaldo Holanda teve a coragem de propor em plena pandemia às famílias ludovicenses: R$ 40. Um absurdo numa cidade em que um vereador ganha R$ 15 mil de salário fora as verbas de gabinete.

O PSTU propõe um programa emergencial para enfrentar os efeitos da crise econômica e da pandemia na vida dos trabalhadores. Aqueles que produzem a riqueza precisam ser protegidos do vírus e ter suas necessidades garantidas pelo Estado. É isso que defende Hertz Dias 16.

segunda-feira, 26 de outubro de 2020

Vamos falar de um programa viável para derrotar o bolsonarismo?


 "Quem elogia a si próprio não merece crédito"
Provérbio chinês

Em entrevista recente dada a um jornal impresso, o candidato Bira do Pindaré (PSB) foi perguntado sobre o que o diferenciava dos demais candidatos de esquerda que disputam a Prefeitura de São Luís.

Bira respondeu que é a presença constante nas lutas dos movimentos e das comunidades e disse que não era aquele militante de esquerda de ficar apenas com a cara nos livros.

A resposta de Bira,  embora sirva para vários candidatos, além de demonstrar arrogância e desprezo com o estudo e a formação política militante, desmerece o histórico de luta do candidato Hertz Dias do PSTU, militante do movimento negro, do hip hop e de professores.

Hertz Dias é um dos fundadores do Movimento Hip Hop Quilombo Urbano que há mais de 20 anos organiza a Marcha da Periferia, evento hoje que ocorre em várias partes do país.

Os militantes do PSTU, juntos com Hertz estão nas lutas dos bancários, dos trabalhadores do Judiciário, na universidade, contra os grandes projetos que agridem o meio ambiente na Zona Rural e na luta das comunidades contra os grileiros, como dos Tremembés de Engenho em São José de Ribamar.

Bira conhece o PSTU e sabe das nossas lutas e de nossa bandeira limpa. Então qual o motivo do candidato Bira contribuir para invisibilizar um candidatura negra que está denunciando, nos debates em que é convidado, as mazelas desta sociedade e propondo um programa emergencial para enfrentar a crise pandemica?

Bira e seus apoiadores dizem fazer a verdadeira e a mais viável luta contra o bolsonarismo em São Luís. Mas que luta é essa que não passa dos limites da capital? Em São José de Ribamar, o PSB de Bira faz campanha para um candidato dos Republicanos, partido dos filhos de Bolsonaro.

E por que em Timon, onde Bira obteve uma das maiores votações nas últimas eleições para deputado federal com apoio da família Leitoa, o PSB está  na mesma coligação do PSL?

Vale lembrar ainda o voto favorável de Bira no projeto de lei que perdoa as dívidas milionárias das igrejas evangélicas proposto pelo filho do pastor RR Soares.   

Por fim, caso não vá para o segundo turno, Bira apoiaria um dos candidatos que possuem partidos da base bolsonarista contra Eduardo Braide se o Governador Flávio Dino pedisse?

São perguntas honestas de quem faz militância e que também aprendeu que o estudo da teoria é fundamental para compreender o sentido da política.

Para nós do PSTU, derrotar o bolsonarismo nestas eleições é organizar a classe trabalhadora para os enfrentamentos que os governos de todos os níveis estão preparando após as eleições.

Queremos eleger o primeiro negro a prefeitura de São Luís para governar junto com os trabalhadores organizados nos Conselhos Populares e implementar um Programa Emergencial voltado para atender os interesses dos trabalhadores, dos setores oprimidos e não dos ricos.

quinta-feira, 22 de outubro de 2020

Quem é Jayro Mesquita, o vice do PSTU?

Para vice de Hertz Dias o PSTU escolheu o operário do setor portuário, Jayro Mesquita. Jayro tem 47 anos, é natural de São Luís e trabalhador portuário há 10 anos. Filiado do PSTU desde 2018, é a primeira vez que se candidata a um cargo eletivo.
 
Ter um vice que coloca a classe trabalhadora como referência central e vê a necessidade de construir um mundo onde a humanidade das pessoas possa se desenvolver plenamente é motivo de orgulho para todos nós do PSTU.
 
A escolha do vice e a questão das alianças

 
Na eleição presidencial de 1989 a Convergência Socialista, que deu origem ao PSTU,  era crítica a escolha de Bisol, deputado de um partido burguês (PSB), para vice de Lula. Na época dizíamos nas fábricas: Lula, com Bisol não dá!
 
Em 2002, a degeneração do PT já era ainda maior e Lula escolheu um dos maiores industriais do país, José Alencar do então PL, para vice. O resultado foi um governo  onde os bancos e os empresários lucraram como nunca.
 
Nos governos de Dilma, as alianças com as oligarquias de Sarney e Renan Calheiros e o PMDB levaram a indicação de Michel Temer para vice. Os escândalos de corrupção  se espalharam pelo governo e o resto da história todo mundo sabe...
 
Um vice operário e socialista
 
Para nós do PSTU a escolha do vice é muito importante. Nas últimas 3 chapas presidenciais tivemos a honra de indicar a professora Cláudia Durans por duas vezes (2010 e 2014) como vice de Zé Maria e o próprio Hertz Dias como vice de Vera em 2018.
 
Junto com Hertz nesta campanha, Jayro Mesquita está impulsionando a organização da classe trabalhadora e os setores oprimidos da população através dos Conselhos Populares para decidir onde deveremos empregar as verbas que pertencem ao povo de São Luís.

Os trabalhadores de São Luís tem uma alternativa para mudar de verdade o destino da cidade com um programa emergencial para combater as consequências de uma das maiores crises econômicas e sanitárias da humanidade. Por isso, lute e vote 16!


 

segunda-feira, 19 de outubro de 2020

Dinheiro na cueca: DEM de Neto Evangelista mais uma vez se envolve em escândalo de corrupção.


A Polícia Federal encontrou 33 mil reais dentro da cueca do senador Chico Rodrigues do DEM de Roraima. O fato aconteceu durante operação DESVID-19 que investiga desvio de recursos públicos para o combate ao COVID-19.

Uma decisão do STF determinou o afastamento do Senador por 90 dias, mas serão os próprios senadores que decidirão o futuro de Chico Rodrigues. O mais provável é que o presidente do Senado, Davi Alcolumbre, também do DEM, articule a absolvição do colega, já que está em campanha pela reeleição à presidência do Senado e não vai querer se enfrentar com seus pares.

E o que pensa o candidato à prefeito de São Luís, Neto Evangelista, do mesmo partido do Senador do cuecão? Vai repudiar ou defender o colega de partido? Ou vai fingir que não tem nada a ver com isso?

Para o PSTU a corrupção e capitalismo andam juntos, porque ocorre todas as situações em que uma minoria explora uma maioria, sem nenhum controle. Através da corrupção, a burguesia mantém a dominação de classe em geral, por isso precisamos construir conselhos populares para que a maioria passe a controlar os parlamentares e os funcionários do Estado em geral.

quinta-feira, 15 de outubro de 2020

Os candidatos de Flávio Dino irão governar para o povo ou para o Governador?


Duarte Júnior, Neto Evangelista, Rubens Júnior e Bira do Pindaré não tem em comum somente o sonho de serem eleitos prefeito de São Luís e já terem sido comandados pelo  Governador Flávio Dino.

De imediato, a primeira coincidência é a fisionomia e o aspecto "mauricinho" dos 3 primeiros. Tamanha artificialidade precisou ser contrabalanceada pelos marqueteiros de campanha. Duarte escolheu uma mulher como vice, enquanto Neto escolheu uma mulher negra e líder comunitária. Rubens foi mais pragmático na escolha do vice, aceitando a indicação do PT pelos recursos do fundo eleitoral e do tempo de TV, mas tenta colar sua imagem com Lula e se mostrar do lado do povo.

Assim como Eduardo Braide, Neto Evangelista e Rubens Júnior são herdeiros políticos de seus pais, os ex deputados João Evangelista e Rubens Pereira, que tiveram uma vida inteira de mandatos. Duarte e Bira até possuem origens humildes, porém seus mandatos e cargos foram fortemente baseados em acordos com o Governador Flávio Dino.

O grande questionamento é saber se estes candidatos se eleitos vão cumprir as promessas feitas aos eleitores ou os compromissos com o Governador.

Todos sabem que se enfrentar contra o Governo, ainda que parcialmente, é acabar sofrendo boicotes. Duarte Jr por exemplo, teve a candidatura rejeitada pelo seu então partido (PCdoB) por discordar em questões pontuais do Governo e Bira perdeu apoios nesta eleição por obra do próprio governo por se posicionar contra a base de Alcântara.

Ainda sim, todos eles continuam apoiando o Governador numa competição no horário eleitoral da TV pra saber quem foi o melhor subordinado, na busca para ser o preferido de Flávio Dino.

Mal menor é o maior dos males

Alguns ativistas do movimento social nos dizem que estes candidatos são o mal menor nesta disputa acirrada contra o bolsonarismo em São Luís. Estão errados nesta análise.

E não é só pelos partidos que compõe a base destas candidaturas: Republicanos, DEM, PP entre outros. Todos estes candidatos vão se calar quando os interesses dos trabalhadores se confrontarem com os interesses do Governador e/ou grandes empresas.

Vejamos o exemplo do Cajueiro, comunidade centenária que sofre a invasão de uma empresa chinesa que quer instalar um porto privado na área. Na época, Bira era secretário de Estado e não se pronunciou contra o despejo para não se enfrentar contra seu chefe.

Por isso, não se paute apenas pelas pesquisas e o que a TV diz. A candidatura de Hertz Dias e Jayro Mesquita 16 é a única que se propõe governar através de Conselhos Populares sem rabo preso com Governador ou qualquer cacique político. É hora de mudar de verdade!

Só a luta muda a vida!

quarta-feira, 14 de outubro de 2020

O PSTU alerta: Braide é Fraude!

Atual líder das pesquisas eleitorais para prefeito de São Luís, o candidato Eduardo Salim Braide (PODEMOS) se gabava em 2016, quando disputou pela primeira vez a Prefeitura, de ser um político independente e não ter o apoio dos caciques da política maranhense.

Na época saltou na reta final de 5% das intenções de voto para 22% e foi para o segundo turno contra Edvaldo Holanda Jr. (PDT) depois de se sair bem em 2 debates na TV. Por trás do “candidato preparado” que a grande mídia tentou vender, na verdade Braide contou com pelo menos 3 fatores: 1) o desempenho horroroso de Wellington do Curso (PSDB) e Eliziane Gama (Cidadania) no debate, até então 2º e 3º lugar na pesquisa; 2) não ter seu passado nebuloso confrontado pelos demais candidatos e 3) possuir um estrutura de mais de meio milhão de reais (apenas dados oficiais) naquela campanha eleitoral.

Agora em 2020, a redução do tempo de propaganda e a ausência de grandes debates entre as candidaturas favorecem Eduardo Braide, mas mesmo assim é estranho que até agora nenhum candidato não tenha se proposto a desmascarar o líder nas pesquisas.

Braide: O início com os Sarneys

Primeiramente, a trajetória política da família Braide é ligada diretamente à Oligarquia Sarney. O pai de Braide foi eleito deputado estadual pelo PDS (partido sucessor da ARENA, partido da ditadura) e foi reeleito 5 vezes sempre na base de apoio dos Sarneys. Foi líder do Governo Zé Reinaldo e rompeu junto com ele para apoiar Jackson Lago (PDT). A tia de Eduardo Braide também foi deputada estadual e seu tio (Carlos Braide) prefeito da cidade de Santa Luzia do Tide.

Esquemas na CAEMA e prefeituras

Como prêmio pelo apoio do pai, Jackson Lago (PDT) nomeou Eduardo Braide para a presidência CAEMA, numa gestão marcada pela ineficiência e escândalos de corrupção em contratos superfaturados. Enquanto isso, a família se envolvia em vários escândalos de corrupção em prefeituras de pequenas cidades como Anajatuba e Icatu. Vale destacar, que desde a primeira eleição de Eduardo Braide é o patrimônio da família Braide uma das principais fontes de recurso de suas campanhas.

Braide é Bolsonaro. Bolsonaro é Braide

A derrota no segundo turno em 2016 fez o candidato mudar a estratégia. Saiu do minusculo PMN para o PODEMOS que recebeu quase R$ 78 milhões do fundo eleitoral e apresentou publicamente o apoio do cacique Roberto Rocha (PSDB), que de tabela garantiu também o apoio do bolsonarismo para sua campanha.

PSTU 16 é mudança de verdade

Diante disso, o PSTU faz seu papel nestas eleições. Meter o dedo na ferida e denunciar os candidatos dos ricos que querem se passar como “santinhos” e “preparados”. Alertamos que Braide é fraude e vamos continuar denunciando um a um durante a campanha eleitoral. A falta de democracia nos retirou do programa eleitoral no rádio e na TV, continue acompanhando o PSTU agora pelas redes sociais e ajude a espalhar a mudança de verdade! Hertz Dias e Jayro Mesquita 16!

Fora Bolsonaro e Mourão já!
Braide é fraude!

terça-feira, 13 de outubro de 2020

O que é ser de esquerda e estar ao lado dos trabalhadores na eleição para Prefeito de São Luís?

 As eleições municipais estão acontecendo em meio a maior crise sanitária da humanidade. A pandemia do novo coronavírus já vitimou mais de 150 mil pessoas no Brasil fazendo do nosso país o 2° em número de mortos e o 3° em infectados, resultado de uma política genocida de um presidente e também do desprezo de governadores e prefeitos pela vida das pessoas.


Quem se propõe ser prefeito de uma cidade e estar ao lado dos trabalhadores deveria em primeiro lugar pautar seu programa de governo pelo combate ao vírus e suas consequências na renda, na saúde e na educação da população. Em segundo lugar, qualquer medida neste sentido para ser implementada hoje tem que passar necessariamente pela derrubada deste governo genocida, machista, racista e que ataca os direitos dos trabalhadores!

O papel vergonhoso do PT junto com os Bolsonaros e os Sarneys

Contudo, lamentavelmente os debates eleitorais não estão pautados por estas questões. Vejamos o exemplo da oposição à Bolsonaro no Congresso Nacional em São Luís: o Partido dos Trabalhadores (PT) apesar de indicar o vice de Rubens Júnior (PCdoB) se dividiu para apoiar Duarte Júnior, do mesmo partido dos filhos de Bolsonaro (Republicanos). Na cidade de Bequimão, 75 km de São Luís, o PT declarou apoio ao candidato à prefeito ligado historicamente à Oligarquia Sarney, enquanto em Açailândia, oitavo município mais populoso do Estado, apoia o candidato dos Republicanos.

PCdoB: O anti bolsonarismo de faz de conta de Flávio Dino

Quanto ao PCdoB, do governador Flávio Dino, este nem se fala. Lançou e apoia diversos candidatos em todo o Estado em coligações das mais diversas possíveis incluindo Republicanos, DEM, PSL e Progressistas. Enquanto seu candidato em São Luís faz questão de mostrar Lula ao seu lado o tempo todo, em São Pedro dos Crentes apoia um bolsonarista que faz questão de dizer que Lula é ladrão e deveria estar preso. Em Caxias, o PCdoB está coligado com o PSL, partido que elegeu Bolsonaro.

O governador Flávio Dino (PCdoB) é ainda mais reivindicado que o próprio ex-presidente Lula. Sua postura durante a pandemia foi vendida como responsável para o resto do país, mas O lockdown na capital São Luís só foi implantado por uma decisão da Justiça. Segundo pesquisa cientifica feita pelo próprio Governo do Estado, 40% da população foi infectada, deixando claro que a política adotada foi a mesma de Bolsonaro (Libera Geral), pondo em risco toda a população, especialmente os negros e pobres, que foram os que mais morreram.

Flávio Dino não declarou apoio a nenhum candidato no 1º turno, nem mesmo para o candidato do seu partido, mas apareceu no programa eleitoral de 4 dos 7 candidatos a prefeito (Duarte, Neto, Bira e Rubens Júnior). Apesar do discurso anti Bolsonaro, o governador não faz questão que os partidos  ligados à Bolsonaro (Republicanos, DEM, PSL e Progressistas) estejam na campanha com seus aliados.

PSOL: repetindo os mesmos erros do PT

Por fim, o PSOL lamentavelmente se iguala aos demais partidos ao receber doações de grandes empresários como foi o caso da doação do ex-presidente do Banco Central no governo FHC, Armínio Fraga, a um candidato a vereador na cidade de Duque de Caxias (RJ). 

Em São Luís, chegou a discutir coligação com o PSB e o PT, mas acabou lançando candidato próprio e até fez críticas públicas em um debate na TV ao candidato do PSB (Bira do Pindaré) sobre a sua omissão e de seu partido no caso da Comunidade tradicional, centenária e negra do Cajueiro que poderá ser expulsa para instalação de um porto privado, mesmo com militantes do  PSOL  atuando politicamente a favor do porto.  Mas o partido fechou coligação com o próprio PSB na cidade de Bacabal, onde o cunhado de Bira é presidente do Diretório Municipal. Na cidade de Arame, sul do Maranhão, a coligação do PSOL envolve além do PSB, o PDT do senador Weverton Rocha.

Hertz Dias do PSTU: Uma alternativa socialista e revolucionária

Nestas eleições, o PSTU apresenta o professor, rapper e militante negro Hertz Dias para disputar a Prefeitura de São Luís e Jayro Mesquita, trabalhador portuário, como vice. Queremos eleger o primeiro negro à prefeito para governar com os trabalhadores organizados nos Conselhos Populares e implementar um Programa Emergencial nesta pandemia voltado para atender os interesses dos trabalhadores, dos setores oprimidos e não dos ricos.

Fora Bolsonaro e Mourão, já!

PSTU aciona Justiça para garantir tempo de TV para candidatos a prefeito e vereador em São Luís-MA

O presidente do Diretório Municipal do PSTU em São Luís, Saulo Arcangeli, ajuizou ação na 2ª Zona Eleitoral de São Luís questionando a exclusão do Partido da distribuição do tempo de propaganda eleitoral no rádio e na televisão.


Em audiência realizada no TRE-MA no início do mês para definir as regras da propaganda eleitoral, os partidos sem representação no Congresso, como é o caso do PSTU, não foram incluídos na distribuição na propaganda no rádio e na TV com base em uma resolução do TSE.

Contudo, o partido alega que a Lei das Eleições (9.504/97) assegura que o percentual de 10% (dez por cento) do tempo deverá ser distribuído igualitariamente entre todos os partidos e coligações que tenham candidato e que tal regra não poderia ser alterada por uma resolução do TSE.

Além disso, trata-se de uma violação ao princípio democrático a exclusão de posições políticas, especialmente de oposição e enfrentamento como a do PSTU, do debate eleitoral em nossa cidade.

Já não bastasse o bloqueio da grande mídia, agora mais uma vez a falta de democracia promove a exclusão do PSTU da propaganda eleitoral no rádio e na TV. Não podemos nos calar perante tamanha injustiça. Apoie esta causa democrática e venha exigir conosco tempo de propaganda para Hertz Dias e os vereadores do PSTU.

Segue número do processo: 0600050-85.2020.6.10.0002


 

sexta-feira, 18 de setembro de 2020

PSTU São Luís propõe abaixo-assinado que exige a redução dos vencimentos de políticos

Abaixo assinado para redução dos salários e verbas de gabinetes dos vereadores, prefeito e secretários municipais de São Luís/MA

O objetivo deste abaixo assinado é exigir a redução dos salários e verbas de gabinetes dos vereadores, secretários, prefeito e vice-prefeito de São Luís. O Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado (PSTU), autor do abaixo assinado, propõe que os políticos precisam sobreviver com os salários que recebem hoje em sua profissão privada ou cargo público, fixando como referência para estes funções a remuneração média de um professor da rede pública municipal de São Luís. Vale destacar, que os eleitos pelo PSTU se comprometem a receber somente este valor.

Atualmente, o salário de um vereador, por exemplo, é de R$15.031,76 sem contar as verbas de gabinete que são em torno de 18 mil reais e outros 20 mil de verbas indenizatórias. Para Saulo Arcangeli, presidente municipal do PSTU em São Luís, os salários dos parlamentares não condizem com a realidade dos trabalhadores do município. "Enquanto a maioria dos trabalhadores do Maranhão estão sobrevivendo com menos de um salário mínimo e tem que conviver com o aumento do preço da energia, dos transportes e dos alimentos, os políticos têm diversas mordomias e altas salários e privilégios. É uma contradição", afirma o candidato a vereador pelo PSTU indicado em Convenção Eleitoral no último dia 10 de setembro.

Em qualquer instância, os parlamentares, prefeitos e secretários tem o dever de defender os direitos dos trabalhadores, propondo, votando e executando projetos para a vida digna da população. Mas, infelizmente, o que vemos hoje são pessoas que se elegem ou são indicadas para mudar de vida, conseguir mordomias e enriquecer a custa dos trabalhadores", falou Hertz Dias, pré candidato a Prefeito pelo PSTU em São Luís e um dos impulsionadores do abaixo assinado.

Clique aqui para assinar: ABAIXO-ASSINADO

segunda-feira, 7 de setembro de 2020

Lançamento das candidaturas da classe trabalhadora.

 


Pandemia, desemprego, racismo, exploração e opressão. Educação, saúde e transporte são precários desde sempre. Como sair dessa crise?

 
Nós do PSTU entendemos que para sair dessa barbárie, precisamos destruir o sistema capitalista e fortalecer o poder dos trabalhadores. Por isso, queremos aproveitar o momento eleitoral para fazer um chamado à classe trabalhadora, colocando a necessidade de organizar e construir uma revolução socialista.

 
Quer saber mais? Convidamos todos e todas para o ato político de apresentação das pré-candidaturas do PSTU em São Luís. Será online, no dia 10 de setembro às 19h. Para receber o link do evento inscreva-se com qualquer militante ou deixe uma mensagem.
Bora fortalecer uma alternativa revolucionária e socialista!

domingo, 16 de agosto de 2020

SÃO LUÍS/MA | LANÇAMENTO DAS PRÉ-CANDIDATURAS DO PSTU

Eu acredito é na rapaziada! 💪🏿💪🏾💪🏽

É com muito orgulho que o PSTU convida todas e todos a participarem da live de lançamento das nossas pré-candidaturas revolucionárias à Prefeitura de São Luís com Hertz Dias e à Câmara de Vereadores: Saulo Arcangeli, Preta Lu, Nicinha Durans, Prof. Jean Magno e Domingos.

Esta será a primeira de uma série de lives que faremos para debater as saídas para os problemas emergenciais dos explorados e oprimidos da nossa Ilha Rebelde. Diante da situação de crise econômica, política e sanitária que enfrentamos torna-se mais urgente discutir um programa revolucionário.

⏰ Será na próxima quarta-feira (19 de agosto), a partir das 19h. O lançamento será transmitido pelas nossas páginas oficiais no Facebook: https://bit.ly/3aqcIC4 e no Youtube: https://bit.ly/3g2309Y

Participe!

#PSTUSãoLuís #PréCandidatura #PrefeituraDeSãoLuís #CâmaraDeVereadoresDeSãoLuís #EuAcreditoÉNaRapaziada #SóALutaMudaAVida #HertzDias #SauloArcangeli #PretaLu #NicinhaDurans #ProfJeanMagno #Domingos

sábado, 8 de agosto de 2020

VITÓRIA | Ativista Sebastian Romero obtém direito à prisão domiciliar!

 

O Juiz federal argentino, Sebastián Casanello, decretou na tarde de sexta-feira (07.08)  a prisão domicilar de Sebastian Romero.

A partir de agora, Romero, que estava em prisão preventiva desde maio de 2020, será monitorado por tornozeleira eletrônica. 

Sebastian Romero, indiciado em dezembro de 2017 durante uma passeata contra a Reforma da Previdência argentina, é um símbolo da criminalização dos lutadores e lutadoras argentinas durante o governo Macri, assim como @daniel_ruiztda78, preso ilegalmente por mais de um ano e libertado em outubro de 2019. 

Precisamos continuar a mobilização contra as prisões políticas na Argentina, no Chile e em toda América Latina e no mundo. 

Lutar não é crime! Pela completa liberdade de Sebastian Romero já!

terça-feira, 4 de agosto de 2020

PSTU oficializa pré-candidatura de Hertz Dias a prefeito de São Luís

Substituição foi definida pelo Diretório Municipal do PSTU. Saulo Arcangeli será pré-candidato a vereador.



O diretório municipal do PSTU de São Luís/MA oficializou nesta quarta-feira, dia 29, a pré-candidatura de Hertz Dias para prefeito nas eleições municipais deste ano. A decisão pela substituição da pré-candidatura foi aprovada por unanimidade pelos militantes do partido em plenária virtual realizada no final de semana.

Hertz é membro do grupo de rap Gíria Vermelha e fundador do Movimento Hip Hop Organizado Quilombo Urbano, que une o rap e a militância no combate ao racismo e demais opressões sofridas pelos jovens da periferia. O movimento que completou 30 anos em 2019, hoje tem ramificações em várias partes do país. Hertz é, além disso, professor de História das redes públicas estadual e municipal de ensino.

Em 2018, Hertz foi candidato a vice na chapa do PSTU à Presidência da República junto com a sergipana Vera Lúcia, formando a única chapa 100% negra e nordestina naquela eleição.

Convenção

No dia 31 de agosto, o PSTU de São Luís/MA realizará a convenção oficial que lançará a candidatura de Hertz Dias e dos demais candidatos a vereadores. O evento será realizado por meio virtual, diante do quadro de pandemia do coronavírus e das medidas de distanciamento social.

“Lançaremos candidaturas classistas e socialistas, pois para o PSTU o fundamental é que nossas campanhas sejam porta-vozes dos trabalhadores e setores mais explorados”, afirma Saulo Arcangeli, professor e servidor público federal, dirigente licenciado da CSP Conlutas e um dos nomes que deverá ser oficializado como candidato a vereador junto com a rapper e costureira Preta Lu, a poetisa Nicinha Durans e o professor do Instituto Federal Jean Magno. 

Nas eleições de 2018, o PSTU obteve um crescimento da sua votação e com as mudanças nas regras eleitorais nas eleições deste ano para as câmaras municipais, tentará eleger seu primeiro vereador em São Luís. Na última eleição para o Senado, Saulo Arcangeli obteve 36.436 votos, sendo 25.915 votos em São Luís,  enquanto Preta Lu teve 47.407 votos, sendo 28.493 na capital maranhense.

“A pandemia do novo coronavírus demonstrou que o capitalismo promove a barbárie e o genocídio. Essa é a cara de um sistema irreformável, no qual o lucro e a acumulação estão acima de tudo. Nossas campanhas estarão construindo a mobilização pelo Fora Bolsonaro e Mourão e defenderão um programa para as cidades que atenda as necessidades de transporte, educação, saúde e moradia dos trabalhadores e da população mais pobre”, afirmou Hertz Dias.

terça-feira, 28 de julho de 2020

Após cobrança governo Flávio Dino (PCdoB) insistia em não divulgar as informações acerca de cor e raça vítimas do covid-19

Fruto da cobrança pública do PSTU e após representação junto ao Ministério Público Estadual, o Governo do Estado do Maranhão, desde o dia 7 de julho, passou a divulgar os boletins diários de acompanhamento da pandemia com as informações acerca de cor e raça das pessoas infectadas e que vieram a óbito pelo coronavirus.

O governo Flávio Dino (PCdoB) insistia em não divulgar as informações acerca de cor e raça, apesar de portaria do Ministério da Saúde de fevereiro de 2017 obrigar as informações acerca de raça e cor no preenchimentos dos formulários de saúde. Vale destacar que diversos estados da federação já divulgavam estas informações desde o início da pandemia.

Considerando que, em 2018, 85,3% do total de pessoas que entraram para a zona de extrema pobreza no Maranhão eram negras (cerca de 1,197 milhão de pessoas), seria  óbvio relacionar a grave situação de miséria que atinge este grupo e o grau de vulnerabilidade desta população à propagação e à letalidade da COVID-19.

Com base no boletim divulgado pela Secretaria de Estado da Saúde do Maranhão,  em 18 de julho de 2020, podemos infelizmente comprovar a lamentável realidade da população afro maranhense nesta pandemia.

Considerando apenas os casos em que se tem identificação de raça e cor, chegamos aos seguintes dados: 61,20% dos casos confirmados foram entre pessoas pardas e pretas e 74,97% dos óbitos no estado do Maranhão foram de pessoas pardas ou pretas.

Temos ainda que o índice de letalidade da doença é maior entre  as pessoas de cor preta (4,49%) e pardos (3,38%), enquanto que entre os brancos é de 2,87%, e entre os amarelos é de 1,22%.

O PSTU denuncia a omissão do Governo Flávio Dino (PCdoB) por, primeiro,  não divulgar os dados e, também, em não estabelecer políticas públicas de intervenção diferenciada para as populações que são desigualmente afetadas pelo coronavírus, querendo passar a imagem que a doença é democrática e atinge a todas as classes sociais e todos os grupos étnico-raciais indistintamente.

O PSTU Maranhão mantém representação junto ao Ministério Público do Maranhão, na 19ª Promotoria de Justiça Especializada de Defesa da Saúde, exigindo a informação da quantidade de óbitos em cada bairro ou comunidade do estado, o que permitiria analisar o grau de letalidade da doença em cada bairro, podendo criar políticas específicas e a influência da desigualdade social no contágio e evolução da doença.

#Covid19 #GovernoDoEstadoDoMaranhão #Pandemia #Transparência #MPMA #FlávioDino #PSTU

segunda-feira, 29 de junho de 2020

Os Impactos do COVID-19 em Imperatriz e Açailândia Beneficiam o capitalismo.

As populações de todos os continentes do planeta estão nos últimos seis meses de 2020 sendo afetados pela pandemia de um vírus respiratório (SARS-CoV2) que mundialmente já alcança a marca de dez milhões de pessoas com contaminação  confirmada pelos sistemas de saúde de seus países, e ultrapassar a marca de quinhentos mil mortos até o dia 30 do mês de junho.

Nas mídias de todos os países em que o pico de mortes já passou — Ásia e Europa — e aqueles em que os casos só aumentam o discurso é que a doença não tem preconceito nem distinção de classes sociais. Uma ideologia imposta sob a lógica do capitalismo globalizado. Essa afirmação é tão mentirosa quanto à ideia de que os governantes estão preocupados com os mais pobres desses países.

Se os países mais desenvolvidos não se importam com os seus, por que se importaria com os países subdesenvolvidos localizados na América do Sul ou na África?

Dois grandes países americanos, EUA e Brasil, têm como presidentes que representam bem a necropolítica e que usa a pandemia como instrumento para a solução de crises do capitalismo. Num passado recente essa necropolítica era posta em prática com guerras e uso de um arsenal bélico, principalmente pelos governos imperialistas norte-americanos.

No Brasil, a necropolítica sempre foi um instrumento nas estruturas de Estado através da manutenção da fome, dos serviços públicos ausentes ou precarizados e defensores de um neoliberalismo entreguista de forma escancarada como o atualmente ultradireitista Jair Bolsonaro (sem partido). Das forças militares com o genocídio das populações negras e pobres nos grandes centros urbanos como as favelas do Rio de Janeiro e São Paulo governado por Wilson Witzel/PSL e João Dória/PSDB, respectivamente, não por coincidência são representantes de uma política de direita que conservam o jeito autoritário dos “senhores de engenho” ou dos “coronéis”.

O Brasil chega nessa data alcançando mais de um milhão e trezentos mil casos, mesmo com toda a subnotificação. O mês de junho deve fechar com mais de  sessenta mil mortes. Há dois dias para o fim do mês os óbitos já ultrapassam cinquenta e sete mil, até hoje sem nenhum pronunciamento do governo Federal, no máximo, declarações informais do presidente a ser questionado sobre os números: “—e daí?” e “—todos nós morreremos um dia”. A principal ação dessa gestão em seus até aqui dezoito meses de governo foi “a política da morte” para os trabalhadores, como seu miserável programa de “auxílio emergencial” de R$600,00 que foi implementado com atraso e até hoje não alcançou a massa da população que passa necessidades sem condições nem si quer de ir atrás dos “bicos”.

O atual governo deu continuidade aos ataques contra os direitos trabalhistas e previdenciários efetivados com a ajuda decisiva do parlamento (Câmara e Senado) e com o lóbi da burguesia que cobra a fatura do financiamento das eleições. A economia que o Ministro Guedes almejava com as reformas aprovadas não chegará perto das que o Covid-19 alçado como aliado dos governos irá se propiciar com as mortes de pobres, idosos e pessoas com comorbidades, óbitos antecipados pela “inércia planejada” dos governos.

A pandemia chega aos interiores do estado maranhense.

No dia 27 de junho o Maranhão contabilizava 78.115 pessoas confirmadas de coronavírus com 1.943 mortes. Em 4 de maio (data da decretação de LOCKDOWN) o número de contaminados era de 4.530 confirmados e 271 óbitos, a média diária de contaminados nesses 54 dias ficou em 1.362 novos registros. A subnotificação de casos é um problema ainda maior para o estado com a extensão territorial e os vários municípios sem uma estrutura de saúde mínima.

Assim como foi o movimento dos exploradores que chegaram ao Brasil em 1500, o movimento de contágio do Covid-19 é no sentido do centro urbano [econômico/populacional] para o interior do país. O vírus foi trazido pelas elites das capitais dos estados que retornavam de viagens internacionais e passaram a contaminar os trabalhadores tornando o contágio “comunitário”. A primeira vítima do coronavírus foi uma trabalhadora doméstica do Rio de Janeiro em março.

É essa mesma elite que defende o funcionamento normal da economia, sem considerar em nenhum momento as vidas dos trabalhadores, os mesmos que exploram a riqueza produzida que estes produzem.

Os governadores dos 27 estados da federação atuaram de forma e em tempos diferentes, sempre buscando responder ao crescimento do número de contágio da população que era constatado na ocupação de leitos nos hospitais e no número de sepultamento diário, nunca de forma a prevenir. Quando agiam nesse sentido era evidente o constrangimento de serem obrigados a tais medidas contra os interesses do empresariado local.

No Maranhão o governador Flávio Dino/PCdoB foi um desses governadores que tomaram a medida de lockdown graças a um empurrãozinho do juiz da Vara de Interesses Difusos e Coletivos da Comarca da Ilha de São Luís, Douglas de Melo Martins, decretado em 4 de maio. Mesmo porque todas as medidas adotadas anteriormente via decreto – sem a restrição de circulação – não conseguiram impedir a disseminação e o contágio pelo Covid-19.

Até a medida de lockdown, o que seria uma medida de proteção da população, se tornou na prática um “fakedown”, pois o decreto atingiu o setor do comércio das cidades do estado, mas não tocou em nenhum momento na circulação e funcionamento de grandes indústrias que mantiveram a movimentação e os trabalhadores circulando. Vale, Porto de Itaqui, ALUMAR e outras indústrias fora e dentro da capital não tiveram alteração na produção e no número de trabalhadores tendo que bater o ponto no local de trabalho.

Açailândia, repetindo os mesmos erros.

Apesar das medidas adotadas no município pelo prefeito Aluízio Sousa (ex Solidariedade) em respeito aos decretos estaduais, a cidade, por ser de eixo industrial, manteve suas atividades em perfeito funcionamento, pois as grandes empresas não liberam seus funcionários e estes continuaram a sua rotina diária.

O Decreto Municipal nº 63 de 16 de março, mesmo recomendando a suspensão das atividades para evitar a contaminação, não garantiu fiscalização necessária para que as medidas fossem respeitadas de forma que a cidade de maneira geral continuou a funcionar por muitos dias. No mesmo dia em que o decreto foi liberado houve a notificação o primeiro caso suspeito de Covid-19 na cidade, uma paciente de 19 anos que foi descartado dias depois. Desde então a Secretaria Municipal de Saúde passou a monitorar esse e outros novos casos. O primeiro caso confirmado foi feito no dia 1 de abril, quando se tinha um total de 16 notificações, sendo 8 suspeitos de 7 descartados. Nesse período a retomada das atividades já estava sendo repensada, fato que se expressou no Decreto Municipal nº 90 de 12 de março. Com essa reabertura o número de notificações aumentou de forma rápida fazendo com que só no mês de maio os casos confirmados subissem de 18 para 1.305.

A cidade hoje, (27 de junho) possui um total de 2.844 casos confirmados e 49 óbitos. Mesmo com esse alto índice de casos as medidas de prevenção e principalmente do isolamento foram flexibilizadas, colocando a economia para funcionar em sua normalidade e, ao mesmo tempo, expondo ao risco a vida dos trabalhadores.

Por sua vez o sistema de saúde sequer tem capacidade para suportar tantos casos, pois mesmo com os 60 leitos do hospital de campanha a saúde municipal já vinha enfrentando uma crise e um grande descaso, só para citar como exemplo o SESP, hospital do município.

Imperatriz e a evolução do contágio

Imperatriz foi uma das cidades do interior que foi forçada pelo decreto do Estado a aplicar o lockdown no município. Essa medida foi seguida de uma pressão contrária da elite empresarial local junto a gestão Assis Ramos/DEM. Um juiz local até que tentou que o judiciário obrigasse o poder público municipal a também emitir um decreto de fechamento total do comércio, mas não obteve êxito.

Com a constatação de que a onda de contágio segue para o interior e que está se desenvolvendo agora no fim de junho, Imperatriz registra em 27 de junho 3.872 casos confirmados de infectados e 150 mortes. Irresponsavelmente o poder público manteve flexibilizado as medidas de distanciamento social e manutenção do comércio. E nessa última semana tem se visto um liberal geral no centro da cidade.

Qualquer imperatrizense sabe que o tal fechamento do comércio foi “pra inglês ver”. Ações de apreensão de mercadoria de trabalhadores ambulantes nas ruas foram registradas por agentes da guarda municipal, enquanto, ao mesmo tempo, outros comércios funcionavam sem ser incomodados. O fakedown também teve sua versão na terra do frei.

Os meses a seguir comprovarão a tendência de interiorização do crescimento do contágio e dos óbitos decorrentes da pandemia. Não só a rede pública de saúde quanto rede privada de Imperatriz deve entrar em colapso caso essa tendência se concretize. E o que tudo indica vai.

Imperatriz é uma cidade polo de várias outras pequenas cidades do interior do Maranhão, Pará e Tocantins, se o momento é de interiorização do contágio, Imperatriz concentrará o foco de disseminação para esses municípios e na população local por manter os imperatrizenses em constante contato com transmissores do vírus.

Somente o Capital se beneficia dos impactos da pandemia.
As mortes causadas pelo Covid-19 demonstram que os óbitos têm um retrato de classe entre as vítimas. A classe dos patrões e o capitalismo não se comovem com os números de pessoas e famílias afetadas, pois números são apenas números para a lógica do capital.

Os patrões que por desventura venham ser contaminados conseguem um tratamento preferencial ou personalizado, pois um hospital num grande centro está há 5 horas num voo fretado para não se tornar uma vítima ou um número a ser contabilizado entre os mortos, pois esses mortos não pertencem a sua classe social.

Uma pandemia é um instrumento útil ao capitalismo e à necropolítica necessária aos governos da burguesia para garantir o lucro no processo de acumulação de capital. Por isso nós do PSTU entendemos que somente uma nova sociedade pode garantir condições de vida digna e justa para os trabalhadores e o povo pobre. Uma sociedade socialista!
Por isso exigimos a não flexibilização das medidas de prevenção e isolamento social!

Quarentena geral para os trabalhadores com garantia de emprego e renda digna!

sábado, 6 de junho de 2020

26 ANOS EM DEFESA DO SOCIALISMO!

Hoje completam-se 26 anos da fundação de nosso partido. São anos de tradição no movimento operário brasileiro, na defesa incondicional dos trabalhadores, dos mais oprimidos, contra a exploração capitalista e em defesa do Socialismo. Em um momento de profunda crise mundial, econômica e sanitária, mais do que nunca, nos orgulhamos da nossa história e reafirmamos que só uma revolução socialista é que pode nos libertar dessa barbárie e abrir caminho para uma sociedade mais justa e livre, sem exploração e sem miséria. Uma sociedade socialista!

"Só a luta muda a vida!"

sexta-feira, 5 de junho de 2020

DIA MUNDIAL DO MEIO AMBIENTE | Uma proposta socialista para o meio ambiente, reforma agrária, povos indígenas e quilombolas

O uso irracional dos recursos naturais tem provocado a destruição do meio ambiente em proporções gigantescas. Voltada para os lucros imediatos, a exploração capitalista se move por uma lógica de curto prazo, o que é incompatível com o tempo de recuperação da natureza. O resultado tem sido a contaminação do solo, do ar e da água, a devastação das florestas tropicais, o aumento da temperatura do planeta e o esgotamento dos recursos necessários à sobrevivência humana.

A submissão do Brasil à economia capitalista está por trás da destruição do meio ambiente. A demanda cada vez maior por matérias-primas provocou a expansão da exploração da mineração e das monoculturas de soja, cana de açúcar, eucalipto etc. O agronegócio avançou por todo o Cerrado e agora se expande para a Amazônia. Esse avanço fez com que o Brasil se tornasse o maior consumidor de agrotóxicos do mundo. Por aqui, é permitida a utilização até dos agrotóxicos que foram banidos em outros países. O resultado é a contaminação dos alimentos, da água e do solo por substâncias químicas maléficas à saúde humana.

A expansão da mineração tem provocado efeitos catastróficos. Além da Lei Kandir, que isenta de imposto a mineração voltada à exportação, o setor é beneficiado pela construção de hidroelétricas na Amazônia, como Belo Monte. O objetivo é produzir mais energia para alimentar e expandir projetos de mineração de bauxita, ferro e manganês.

O Banco Mundial e os governos estão propondo soluções que levam à mercantilização da natureza. A maioria das ONGs segue por essa via ao estimular “o consumo consciente” de produtos com selos de certificação. Assim, responsabilizam o indivíduo e não o sistema capitalista pela destruição ambiental.

Durante o governo Lula, quando era ministra do Meio Ambiente, Marina Silva procurou favorecer o “mercado verde”. Criou a lei de gestão de florestas públicas que permite a privatização das florestas, colocadas à mercê da ação “sustentável” de madeireiras, indústrias farmacêuticas e da biopirataria. Também assinou a lei que liberou o uso dos transgênicos.

Agora no governo Bolsonaro, os grileiros querem avançar mais ainda nas terras públicas. A antiga MP 910 que o governou editou foi duramente combatida pelos movimentos sociais e caducou. Entretanto, a bancada ruralista seguindo com sua sanha por terras públicas transformou o texto da MP no Projeto de Lei 2633 (PL da Grilagem) e em plena pandemia do covid-19 deseja que seu texto seja apreciado e votado como matéria de urgência no Congresso Nacional.

Percebemos uma sintonia com o discurso do atual ministro de Meio Ambiente, Ricardo Sales, que defendeu explicitamente aproveitar o atual momento que todos estão falando somente de coronavírus para deixar “passar a boiada” da desregulamentação ambiental. No atual governo Bolsonaro, fiscais do IBAMA que combatiam o garimpo ilegal em terras indígenas foram repreendidos, os incêndios na Amazônia, e o derramamento de óleo no oceano que atingiu grande parte da costa brasileira, sobretudo o nordeste, e diversos outros crimes ambientais permanecem sem punição aos culpados.

No Brasil, a mercantilização da natureza se dá através de projetos de Créditos de Carbono, chamados de Redução das Emissões por Desmatamento e Degradação Florestal (REDD). Os créditos são negociados nas Bolsas de Valores e entre empresas que, por meio de sua compra, adquirem permissão para poluírem. Ou seja, sob o capitalismo a “sustentabilidade” tornou-se mais uma forma de especulação financeira.

Não temos dúvida, a maior ameaça ao meio ambiente, em particular a Amazônia, são os grandes projetos do governo em favor das multinacionais e do agronegócio. É preciso impedir a construção de outras hidroelétricas na região, por fim à Lei Kandir e impedir a biopirataria, revogando a lei de patentes.

É preciso impedir o domínio das multinacionais sobre nossos recursos naturais. Para isso, propomos a criação de um monopólio do Estado sobre a exploração econômica dos recursos florestais e minerais.

Temos que barrar o avanço do latifúndio e do agronegócio, defender os pequenos agricultores rurais e os povos tradicionais. Hoje no Brasil, menos de 1% dos proprietários agrícolas possui 45% da área rural do país. Estes latifundiários, donos das grandes fazendas, com mais de mil hectares, concentram 43% do crédito agrícola fornecido pelo Estado. Para seguir ampliando suas terras e aumentar suas produções, estes coronéis das terras desmatam as florestas e perseguem, matam e roubam as terras de pequenos agricultores, índios e quilombolas. Balanço da questão agrária brasileira em 2019, divulgado pela Comissão Pastoral da Terra (CPT), mostra que ano passado bateu-se o triste recorde de conflitos no campo, chegando ao número de 1833 conflitos, a maior quantidade nos últimos 10 anos, com 32 pessoas assassinadas, em muitos casos com requintes de crueldade, índice que confere ao Brasil o título de país mais violento para as populações camponesas no mundo. Muitos desses casos sequer chegam a ser investigados aumentando a impunidade nos últimos 10 anos.

Em defesa do meio ambiente, pelo fim da concentração de terra, do conflito agrário e em defesa dos pequenos agricultores, indígenas e quilombolas, defendemos:

– A proteção das florestas e dos povos que precisam dela pra sobreviver, como é o caso dos indígenas e das comunidades tradicionais. É preciso defender os povos das florestas que estão na mira dos ruralistas.
– Barrar o PL 2633 da Grilagem que ameaça as terras indígenas, os territórios quilombolas e as terras para reforma agrária e de outros povos e comunidades tradicionais. Homologação já, dos territórios indígenas e quilombolas!
– Regulamentar as terras indígenas e garantir a titulação das terras quilombolas.
– Punição aos assassinos e mandantes dos crimes contra os trabalhadores rurais, indígenas e quilombolas.
– Fim do desmatamento, em defesas das nossas faunas, floras e rios.
– Reforma agrária para os camponeses sem terra; emprego, salários e direitos para operários agrícolas.
– Estatização, sem indenização e sob controle dos trabalhadores, de empresas que provocam desastres ambientais, como a Vale do Rio Doce/Samarco e a Hydro, do agronegócio e da indústria extrativista e proibição de privatização e desnacionalização da água.

terça-feira, 2 de junho de 2020

AULÃO “HISTÓRIA DA ÁFRICA SOB A PERSPECTIVA DA PERIFERIA”

Quer conhecer um pouco mais sobre a História da África numa perspectiva não eurocêntrica, isto é, do ponto de vista da periferia? Quer saber sobre a origem, os avanços tecnológicos e culturais da Humanidade que ocorreram na África? Quer saber sobre suas lutas, ideologias, movimentos e resistências aos processos de dominação imperialista?

Então participem de nosso Aulão sobre a História da África Sob a Perspectiva da Periferia, com o militante e Prof. Rosenverck Estrela Santos da Licenciatura Interdisciplinar em Estudos Africanos da UFMA.

🗓️ Será no próximo sábado, 06.06, das 14h às 16h30, via plataforma Meeting 🖥️

Não perca a oportunidade de conhecer a nossa história africana de produção científica, cultural e luta política!

Faça já sua inscrição no link:
https://forms.gle/gYtvupeWf2n2bxBW8


quinta-feira, 28 de maio de 2020

DEPOIMENTOS DE UM TRABALHADOR DO PORTO DO ITAQUI

DEPOIMENTOS DE UM TRABALHADOR DO PORTO DO ITAQUI: a voz dos ameaçados pela COVID-19 e silenciados nos boletins epidemiológicos do governo do Maranhão.

Em nossa segunda matéria entrevistamos um trabalhador do Porto do Itaqui que vamos chamá-lo pelo pseudônimo de João Cândido para preservar sua identidade e o seu emprego.

Opinamos que não é possível falar seriamente de isolamento social ou mesmo de lockdown no Maranhão sem falar da situação do Porto do Itaqui, que é um dos mais importantes do mundo em movimentação de cargas. Segue a entrevista.

PSTU: Fale uma pouco da situação dos trabalhadores do Porto do Itaqui.

João Cândido: Para os chamados trabalhadores portuários “avulsos” os turnos são divididos em quatro períodos de 06 horas. Já nas empresas privadas se trabalha 08 ou 12 horas. Esses são chamados operadores portuários, responsáveis por carregar e descarregar os navios e as condições de trabalho são mínimas. Caso tenham trabalhadores na beira do cais realizando uma operação e caia uma chuva, ninguém tem onde se abrigar. Às vezes ficam embaixo de um guinchão, mesmo operando, mas ficam lá para se proteger da chuva.

A EMAP (Empresa Maranhense de Administração Portuária) não toma nenhuma providência para melhorar as condições de trabalho dentro do Porto. Tem muita falácia, mas ações, nenhuma.

Quase todos os trabalhadores aqui dentro, portuários avulsos e trabalhadores das empresas privadas já relataram que sentiram os sintomas da COVID-19 como falta de olfato, de paladar, sentiram febre, dores no corpo e indisposição. São números relatos desse tipo de acontecimentos e a EMAP praticamente fecha os olhos para isso aí. Eles não poderiam diminuir o número de operações para pelo menos proteger o trabalhador? Diminuir a quantidade de trabalhadores escalados para trabalhar? Mas, não! Quanto mais navio tiver aí atracados, para eles é melhor. Tão mais preocupados em arrecadar e pouco preocupado em proteger o trabalhador. Em uma operação de um navio em um dia gira para mais de 60 pessoas para o trabalho.

PSTU: PSTU: Mas, não foram tomadas nenhum tipo de medidas?
João Cândido: Sim, afastaram os trabalhadores com mais de 60 anos e aqueles que não são aposentados receberão uma média salarial de acordo com os seus vencimentos anteriores. Porém, a proteção de todos os trabalhadores dentro do porto do Itaqui só aconteceria com a manutenção daquilo que é essencial para combater o novo coronavírus e as empresas remunerando o trabalhador durante a paralisação. Mas não, desde o início da pandemia até o lockdown as operações no Porto do Itaqui continuaram as mesmas, mesmo das não-essenciais. Descarregamento de fertilizante, carregamento de soja, descarregamento de trilhos, dormentes e peças. Isso é essencial? Não pode parar por 15 dias? Ou então, uma paralisação geral dentro do Porto, mesmo diante de tantos relatos de pessoas que sentiram sintomas da COVID-19?

O trabalhador tá aqui jogado e a EMAP não fez nenhuma entrevista ou um mapeamento de quantos trabalhadores sentiram sintomas. Se foram afastados, se houve óbitos ou não. Nós estamos trabalhando com a força máxima mesmo durante o lockdown.

A EMAP e os operadores permitiram foi o atracamento de muito mais navios durante essa pandemia e o lockdown. Não houve nenhuma redução no quantitativo de mão de obra e nem diminuição em carga e descarga. Quanto mais navios atracados mais mão de obra vai ser utilizada. A mão de obra terceirizada, a mão de obra de operadores portuários, de estivadores, de arrumadores e de outras categorias como conferentes, vigia portuários, de tudo que engloba o Porto do Itaqui.

PSTU: Como vocês ficam sabendo de casos da COVID-19? Há publicações de boletins epidemiológicos?

João Cândido: Nós não temos dados, apenas relatos de colegas de trabalho que diz “cara eu fiquei afastado tanto dias porque eu sentir todos os sintomas da COVID-19”. Teve um trabalhador, um estivador, que veio a óbito pela COVID-19, então a gente não sabe se ele foi contaminado aqui dentro ou se ele foi contaminado fora. Nada é passado para gente na verdade, nós não somos nem perguntados se estamos bem ou mal, se sentimos algo ou não!

O que sempre é disponibilizado é o álcool em gel ou álcool 70. O EPI (Equipamento de Proteção Individual) também é disponibilizado. Mas, as máscaras que temos aqui é totalmente inapropriada, porque dizem que as máscaras que são apropriadas estão muito caras e aí a gente está com umas mascarazinhas feitas com TNT que é material bem fácil de ser contaminado.

PSTU: Como os trabalhadores estão reagindo a essa situação?

João Cândido: Acontece o seguinte: muitos trabalhadores têm medo de trabalhar, mas o medo de perder o emprego é maior. O presidente Bolsonaro baixou uma Medida Provisória (MP 945) que obriga o trabalhador portuário avulso a trabalhar de qualquer jeito. E aquele trabalhador das empresas privadas que disserem “ô meu patrão eu tô com medo de trabalhar”, o patrão vai e coloca outro porquê o trabalho intermitente já está sendo utilizada aqui dentro do Porto. O trabalhador portuário avulso virou refém de uma MP baixada pelo genocida do presidente Bolsonaro. Então, a categoria fica ali dividida com essa MP que o patrão tem nas mãos. Se eu não for trabalhar ele coloca alguém no meu lugar. E tudo que o empresário quer é mais poder, mais lucro. Então, o patrão diz “se tu não vier trabalhar eu te demito”, então, todos os trabalhadores dentro do Porto do Itaqui estão reféns tanto do governo federal, o estadual, quanto da classe empresarial.