quinta-feira, 19 de novembro de 2020

Nem Braide nem Duarte! PSTU defende voto nulo em São Luís.


As eleições em São Luís tiveram um expressivo número de abstenções resultado da pandemia, mas também da desconfiança da população que as eleições possam mudar alguma coisa em suas vidas.

Durante a campanha, os três primeiros colocados, Braide, Duarte e Neto Evangelista esconderam suas relações com o bolsonarismo, em baixa nesta eleição, para não perder votos.

Por outro lado, o governador Flávio Dino optou por lançar diversas candidaturas em consórcio, mas acabou sendo derrotado no seu projeto prioritário, Rubens Júnior, e agora no segundo turno apoia de forma desavergonhada um candidato do partido dos filhos de Bolsonaro, o mesmo do vice-governador Carlos Brandão.

Flávio Dino ainda viu seu Partido encolher no Estado e perder em cidades importantes como Caxias e Imperatriz, além de ver parte considerável da sua base de apoio declarar apoio à Braide, do PODEMOS, o Partido que mais votou nos projetos de Bolsonaro na Câmara e apoiado pelo senador bolsonarista Roberto Rocha.

Precisamos preparar desde já a luta contra os ataques dos governos. O aumento de impostos como ISS e IPTU, além da alíquota da contribuição previdenciária dos servidores municipais estão na pauta de qualquer um que seja eleito, embora eles neguem tudo durante a campanha.

O aumento da tarifa dos transportes coletivos e a revisão do Plano Diretor também devem ser discutidos pelo próximo prefeito e pela Câmara de Vereadores. Pelo perfil conservador e empresarial dos eleitos sabemos quais interesses serão protegidos.

O PSTU fez uma campanha limpa, apresentando propostas com base em um programa de enfrentamento ao sistema, expresso em um plano emergencial para combater os efeitos prejudiciais da pandemia sobre os trabalhadores e mais pobres, atacando os privilégios do prefeito, secretários, vereadores e das grandes empresas.

Fomos excluídos da maioria dos debates e impedidos de apresentar nossos programas eleitorais no rádio e na TV, o que demonstra o caráter excludente e antidemocrático desse processo que é organizado para que tudo fique como estar e para que a crise seja jogada nas costas dos mais pobres.

Por isso, acreditamos que somente a auto organização dos trabalhadores pode virar esse jogo e impor um plano que privilegie os setores mais explorados e oprimidos da cidade.

O voto nulo no segundo turno expressa o sentimento de reprovação ao Bolsonarismo presente nas duas candidaturas, que não merecem o apoio dos trabalhadores.

Nós, que construímos toda a riqueza que existe, podemos governar a cidade, mostrar a nossa força e vencer. O PSTU continua na luta para organizar a classe contra os governos e patrões.

São Luís, 19 de novembro de 2020 

Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado

quarta-feira, 4 de novembro de 2020

AUXÍLIO EMERGENCIAL: Uma falsa polêmica entre os candidatos a Prefeito de São Luís.


O candidato Duarte Jr (Republicanos) defendeu em seu programa eleitoral a criação de um auxílio emergencial municipal. Primeiramente, vale lembrar que Duarte é do mesmo partido dos filhos de Bolsonaro, que minimizou a pandemia e sempre foi contra o pagamento do auxílio federal, chegando a defender que fosse de apenas R$ 200.

A proposta de Duarte Júnior foi duramente criticada pelos demais candidatos, especialmente Neto Evangelista (DEM) e Yglesio Moyses (PROS) que argumentaram que nem o governo federal tinha dinheiro para pagar o auxilio, quanto mais a Prefeitura de São Luís e portanto, tudo não passava de uma promessa eleitoreira.

Quem está com a razão? No caso nenhum dos três.

Primeiramente, vale destacar que é mentira que não existe dinheiro para pagar o auxílio emergencial. Durante a pandemia o Governo Bolsonaro continuou pagando a discutível dívida pública e destinou mais de 1 trilhão para os banqueiros fazerem especulação.

Para nós do PSTU era possível com este dinheiro garantir renda digna para toda a população e quarentena geral para combater a pandemia e não somente míseros 600 reais que obrigou a população a voltar às ruas para buscar seu sustento.

Alem disso, os governos estaduais e municipais poderiam complementar o auxílio se também suspendessem o pagamento da divida pública e cortassem privilégios.

Porém, não poderíamos esperar que isso de fato fosse cumprido por Duarte Júnior, pois isso significaria se enfrentar com os interesses dos bancos e das grandes empresas, posicionamento político oposto ao de Duarte que recentemente propôs transferir mais verbas públicas para hospitais privados sob a justificativa de zerar a fila de cirurgias.

Em sua defesa, apoiadores de Duarte Júnior justificaram que o candidato na realidade propôs pagar o auxílio em moldes semelhantes ao auxílio que o Prefeito Edvaldo Holanda teve a coragem de propor em plena pandemia às famílias ludovicenses: R$ 40. Um absurdo numa cidade em que um vereador ganha R$ 15 mil de salário fora as verbas de gabinete.

O PSTU propõe um programa emergencial para enfrentar os efeitos da crise econômica e da pandemia na vida dos trabalhadores. Aqueles que produzem a riqueza precisam ser protegidos do vírus e ter suas necessidades garantidas pelo Estado. É isso que defende Hertz Dias 16.