segunda-feira, 17 de janeiro de 2022

Redução da pobreza no Maranhão

Um estudo recente divulgado pelo IBGE mostrou que a pobreza no Brasil supostamente diminuiu em 2020. O Maranhão estaria entre os estados que tiveram a maior redução dos índices de pobreza do país. Mas, de fato, o que há por trás dos números tão comemorados pelo Governo Flávio Dino (PSB)?

Primeiramente, temos que afirmar que o cenário apontado pelo estudo não é de se comemorar, ao contrário, é extremamente aterrorizante: Cerca de 51 milhões de pessoas, ou 1 em cada 4 pessoas, sobrevive com menos de R$ 450 mensais no Brasil. A desigualdade salarial entre brancos e negros e entre homens e mulheres continua gritante: Um trabalhador branco tem rendimentos 73,3% maiores que trabalhadores negros enquanto os homens recebem em média 28,1% a mais que as mulheres.

O Maranhão continua sendo um dos estados mais pobres da Federação. Apesar da redução em 2020, após 6 anos de Governo Flávio Dino (PSB) o Maranhão era o estado com a maior proporção da sua população (14,4%) em situação de extrema pobreza, isto é, com rendimentos abaixo de 2 dólares por dia.

Uma leitura mais apurada dos dados mostra que os números só não são piores por causa do Auxilio Emergencial, programa social aprovado a contragosto de Bolsonaro/Guedes e fruto da pressão dos movimentos sociais e da eminente explosão social que vivia o país devido à fome e carestia. O Maranhão foi um dos Estados que mais tiveram beneficiários no programa e isso influenciou bastante na redução dos números da pobreza e da extrema pobreza, cenário que não se repetiu em 2021 quando o Auxilio Emergencial foi reduzido, nem se repetirá em 2022 quando o Auxilio deixou de existir.

Nós do PSTU acreditamos que programas sociais compensatórios como o Auxllio Emergencial são necessários, especialmente na crise do capital que o mundo vive hoje. Porém não resolverão os problemas estruturais da miséria, e em nosso caso, servem apenas para ocultar que o governo Flávio Dino mantém o Maranhão como um dos campeões da pobreza e da desigualdade.

Vale destacar que neste quadro herdado de décadas de Oligarquia Sarney no Maranhão, o governo Flávio Dino continua beneficiando os mesmos grupos: latifundiários, o agronegócio e os grandes projetos industriais. Quem não sabe que foi no governo Dino que surgiu o primeiro bilionário maranhense, o empresário Ilson Mateus, dono da rede de supermercados Mateus, que é um dos maiores beneficiários da política de isenções fiscais do governo?

Com ações até na Bolsa de Valores, é difícil imaginar a fortuna do grupo Mateus que hoje possui lojas em vários estados da região Norte e Nordeste. Contudo, dá para imaginar como seria se transformássemos todo este patrimônio obtido através da superexploração de seus trabalhadores em mais investimentos do Estado em saúde, educação, moradia e saneamento básico. Mais do que nunca, a superação da miséria e da pobreza do Maranhão passa por acabar com os privilégios dos super-ricos!

domingo, 16 de janeiro de 2022

Lançamento do Polo Socialista e Revolucionário no Maranhão reúne ativistas da luta do campo e da cidade

 Plenária virtual aconteceu na tarde deste sábado (15 de janeiro) e discutiu a necessidade da construção de uma alternativa socialista.

Ocorreu neste sábado (15) a plenária virtual de lançamento do Polo Socialista e Revolucionário no Maranhão. A fala de abertura foi feita pelo companheiro Zé Maria de Almeida que destacou os elementos da atual conjuntura, a necessidade de derrotar o Governo Bolsonaro e explicou porque a Frente Ampla defendida pelo PT, PCdoB e pela direção majoritária do PSOL não é a alternativa para os trabalhadores e os setores oprimidos.

Para Zé Maria “derrotar Bolsonaro é um passo importante, mas é fundamental derrotar a burguesia e superar o capitalismo, antes que ele destrua a humanidade”. Por isso, a necessidade de fortalecer a organização dos trabalhadores e da construção do socialismo no Brasil, algo que só será possível através da revolução. Esta tarefa, contudo, de nenhum modo nega a importância dos revolucionários participarem também das eleições com um programa Socialista e Revolucionário para disputar a consciência dos trabalhadores.

A plenária superou as expectativas e teve uma representatividade impressionante. Entre os participantes tivemos diversos dirigentes sindicais, a exemplo de Dielson Rodrigues, Presidente do Sindicato dos Bancários do Maranhão, da professora Nazaré Lima do Sindicato dos Trabalhadores Públicos Municipais de Caxias-MA, Clóvis Amorim, da comunidade Cajueiro e Presidente do Sindicato dos Pescadores de São Luís e Ester Durans, vice-presidenta do Sindicato dos Professores do Munícípio de São Luís. O evento contou ainda com a presença de lideranças camponesas, com João da Cruz (Moquibom), Daniel Ribeiro (Fóruns e Redes de Cidadania) e Raquel Tremembé, liderança indígena da etnia Tremembé de Engenho em São José de Ribamar. Estavam presentes, além de militantes do PSTU, ativistas independentes do PSOL e do PT.

A grande preocupação expressa na fala dos presentes, que chegou a 70, estava na necessidade de fortalecer o Polo e avançar na apresentação de uma alternativa que una os revolucionários. Em várias intervenções que é papel deste pólo fazer com que os trabalhadores entendam que só será possível aos trabalhadores resolver seus problemas estruturais através da Revolução Socialista.

Ao final da plenária ficou definida a preparação de uma reunião com as diversas lideranças para organização uma coordenação estadual para colocar em funcionamento o Polo Socialista e Revolucionário que encaminhará as lutas e um programa para o Maranhão e o Brasil.

 

 Fala de Zé Maria na abertura da plenária de lançamento do polo socialista em São Luis neste sábado (15/01/22).


domingo, 9 de janeiro de 2022

PSTU: NOTA DE REPÚDIO À MAIS UM ASSASSINATO NO CAMPO MARANHENSE

 José Francisco, o “Quiqui” é o quinto camponês assassinado em 2 anos na região de Arari/MA.

Na manhã deste sábado (08/01/2022) faleceu o lavrador José Francisco Lopes Rodrigues, o “Quiqui” de 58 anos. Ele estava internado em São Luís desde o dia 3 de janeiro, quando foi atingido por tiros em sua própria casa na comunidade Cedro em Arari. O crime provavelmente é motivado pelos conflitos agrários entre grileiros e lavradores. Na ocasião, a neta de José Francisco de apenas 10 anos também foi atingida e levada ao hospital em Arari, porém não corre risco de morte.

É o quinto assassinato na região em 2 anos envolvendo militantes da organização Fóruns e Redes de Cidadania. Os crimes chocam pela barbaridade e têm levado à mobilizações e à solidariedade de diversas organizações sociais do país e do mundo, porém, os crimes permanecem impunes e a grilagem e o agronegócio seguem avançando e matando.

A impunidade e o aumento dos casos de pistolagem no Maranhão deixam evidente a opção do Governo Flávio Dino (PSB) de priorizar o agronegócio e o latifúndio. Em um evento do setor ocorrido em 2017 na cidade de Balsas, o governador chegou a agradecer os empresários do agronegócio pela contribuição ao desenvolvimento do Estado.

Recentemente, o IPAM (Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia) apontou que Balsas é a cidade do Brasil que mais desmatou o cerrado em 2021. Este é o resultado da soma da política de beneficiamento do agronegócio empreendida pelo governo Flávio Dino (PSB) com o desmonte dos órgãos de monitoramento, como o INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), realizado pelo governo Bolsonaro (PL).

O PSTU se solidariza às famílias dos bravos guerreiros lavradores do movimento Fóruns e Redes de Cidadania assassinados pelo latifúndio nas sistemáticas emboscadas e perseguições. Lutaremos para que estes crimes não caiam no esquecimento e que seja feita justiça. É preciso continuar a luta pela realização de uma reforma agrária que assegure terra e condições de produção aos camponeses pobres.

✊🏿 Quiqui, presente!