quarta-feira, 15 de setembro de 2010

A proposta deles e a nossa: a batalha entre a verdade e a mentira.

*Certo dia, um desses jornalistas capacho das oligarquias, que não é burguês, mas defende ideologicamente os interesses da elite (e os seus obviamente) vociferou que o PSTU continuava com o mesmo mantra de todas as eleições. O que esse jornalista queria dizer é que o PSTU mais uma vez não apontava as propostas e se repetia na mesma cantilena. Vamos refletir sobre esse mantra jornalístico.

Desde a redemocratização do Brasil quantas propostas, nas muitas eleições passadas e na atual, vocês já ouviram? Quantas propostas milagrosas de diferentes candidatos e partidos anunciaram o fim da miséria, a melhoria da educação, o aumento de salário de professores e professoras, o saneamento básico de todas as cidades, dentre centenas de milhares de outras propostas? Esses candidatos – os de sempre! – com os mesmos mantras de propostas foram eleitos, e por que a miséria continua? os salários são baixos e os esgotos e doenças estão aí em céu aberto? Quantos candidatos e partidos depois de eleitos e após dezenas de propostas anunciadas, vem a público anunciar que as propostas não foram encaminhadas e que ficam para uma próxima chance! Resposta: nenhum!

Então significa que elas, as famosas propostas, foram implementadas? Então porque os problemas supracitados continuam? Resposta: (e isso o jornalista não diz) as propostas não eram propostas, eram mentiras! Mas quem não tem propostas não é o PSTU?

Reduzir a jornada de trabalho, fazer a reforma agrária, criar uma empresa pública de transporte, reestatizar as empresas privatizadas como a CEMAR e o banco do Estado, fazer concurso público para professores e professoras e aumentar o salário, implementar o salário mínimo indicado pelo DIEESE, construir as políticas de cotas raciais vinculadas às sociais em todos os setores públicos, fazer obras públicas que garantam emprego, reduzir impostos dos trabalhadores e trabalhadoras e sobretaxar as empresas, não pagar a dívida externa etc., etc., etc., não são propostas?

Existe um modelo de proposta a ser seguido? As propostas da burguesia e oligarquia são propostas, dos trabalhadores são mantras? As propostas deles são verdades, as nossas são mentiras? Vejamos o que diz a sabedoria da África.

Uma história africana nos conta que, certo dia, a verdade e a mentira entraram numa guerra violenta, cujo resultado foi a mentira cortando a cabeça da verdade. Desesperada a verdade começou a tatear o chão, as árvores, as pedras procurando a cabeça; a cabeça que a mentira cortou... Até que encontrando uma cabeça, arrancou-a do lugar onde estava e a recolocou no pescoço... A partir daí, a verdade passou a vida inteira contando mentiras...

É essa a verdade das oligarquias e da burguesia! A verdade com a cabeça da mentira! Cabeça que engana cuidadosamente estudada e organizada pelo publicitário, afinal: a propaganda é a alma do negócio! Isso mesmo: - negócio! A eleição pra burguesia e pra oligarquia (e isso não está no mantra da verdade do jornalista) é um negócio que vai gerar lucros e enriquecê-los da noite para o dia; ou do dia para a noite, como queiram, afinal de contas a ordem dos fatores não altera o resulta do furto!

Sendo assim, acredito que esse modelo (manual, formulário, roteiro, mantra(?), cartilha) de propostas – que os jornalistas ligados as emissoras e jornais da oligarquia e burguesia defendem – parece seguir a máxima nazista segundo a qual uma mentira contada mil vezes se torna verdade! Portanto, cuidado com a mentira travestida de verdade ou a verdade da mentira da burguesia. É a mesma coisa como 2+2 são 15, 12 e 65...

Poderia ser 16, mas não seguimos essa cartilha e esse modelo, pois em verdade não mentimos aos trabalhadores e trabalhadoras já que a luta de nosso povo, portanto de nós mesmos, não segue cartilha. Ela é dinâmica, flexível, histórica e verdadeira conhecedora de uma única verdade: a resistência!

Sendo assim, não precisamos de milhares de propostas de verdades mentirosas, pois a nossa grande proposta é o agir! Agir na greve, na manifestação, nas passeatas, nos movimentos sociais e sindicais, no movimento negro, na luta da classe explorada e oprimida pelo capital. Olhe para o lado num desses lugares de resistência e verás um bandeira nossa e um(a) militante do PSTU dizendo o que é preciso ser tido e fazendo o que é preciso fazer. Portanto, nossa grande proposta – mãe de todas as outras, citadas acima e que estão nos programas, sites, panfletos e jornais – é o fazer! Pois, assim como é expresso em nosso mantra: é preciso lutar é possível vencer!

* por Rosenverck Estrela (o Verck)

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