Lourdimar Silva - PSTU-MA
O tema do aborto esteve bastante debatido e colocado a prova no último processo eleitoral onde duas mulheres chegaram a disputar a presidência da repúlbica. Esse fato porem não representa grande avanço na luta pelo direito das mulheres, mas sim um retrocesso, como por exemplo, na luta pelo no direito ao aborto.
O aborto inseguro é a principal causa da morte materna na América Latina. Em 2010, cerca de 21% das mortes maternas devem-se às complicações do aborto inseguro. No Brasil ocorrem cerca de 750 mil a 1,5 milhões de abortos clandestinos ao ano e uma em cada 7 mulheres de até 40 anos, já abortou. A prática do aborto hoje é realidade para muitas mulheres no Brasil, sejam elas jovens, de mais idade, são mães, nunca tiveram filhos, são casadas, solteiras, religiosas, não possuem religião. O que se percebe, porém, e que é revelado pelas estatísticas, é que a maioria dessas mulheres que morrem por complicações vindas de abortos inseguros são pobres e negras.
Todas essa mulheres fazem o aborto na clandestinidade, mas somente uma minoria está segura de que não correrá riscos de morrer na tentativa.
Segundo a Pesquisa Nacional do Aborto, cerca de metade das mulheres que fizeram aborto recorreram ao sistema de saúde pública e foram internadas por complicações relacionadas ao aborto. Boa parte dessa internação poderia ter sido evitada se o aborto não fosse tratado como atividade clandestina e o acesso aos medicamentos seguros para aborto fosse garantido.
Isso é reflexo de uma sociedade que penaliza o aborto e ao mesmo tempo penaliza a maternidade, em um contexto em que se reflete a lógica dessa sociedade, a lógica de acesso aos direitos apenas para quem pode pagar. O preço de um aborto seguro chega a mais de R$6 mil. O capitalismo e seus governos não estão preocupados com as mulheres pobres, que moram nas favelas, periferias e que se encontram nos postos de trabalhos mais precarizados, sustentando os lucros da burguesia.
E a mulher que se encontra penalizada pela realização do aborto, criminalizada, que não encontra condições mínimas de acesso a maternidade, é a mulher da classe trabalhadora, que sofre diariamente a exploração capitalista.
O capitalismo nos impõe que as mulheres so serão realizadas com a maternidade, porém nos nega o direito à maternidade plena, sem um sistema de saúde público de qualidade. Dessa forma faz com que as mulheres que dependem desse sistema morram nas filas dos hospitais, não garantindo anticoncepcional gratuito e de qualidade nem educação sexual nas escolas. A criminalização do aborto é mais uma forma de violência contra as mulheres
Neste dia 28(Dia latino-Americano e Caribenho de luta pela legalização do aborto), entendemos como tarefa propagar a luta que defende as mulheres que morrem ou ficam com seqüelas porque a prática do aborto é criminalizada. Defendemos a legalização do aborto para preservar a vida das mulheres trabalhadoras.
O Estado deve garantir o investimento em saúde pública, educação sexual nas escolas e contraceptivos gratuitos de qualidade com orientações sobre os métodos contraceptivos e o aborto legal para que as mulheres que optem pelo aborto possam fazer de forma gratuita e segura.
O sistema capitalista se mostra incapaz de atender as necessidades dos trabalhadores e trabalhadoras. É um sistema que trata as vidas das mulheres como objeto, lhes retirando o direito de decidir sobre seu próprio corpo. Só teremos a liberdade para homens e mulheres quando a classe trabalhadora tomar pra si o controle da sociedade.
Essa é uma luta de homens e mulheres trabalhadores.
Pelo direito ao aborto legal, livre, seguro e gratuito, garantido pelo Estado!
Educação sexual para não engravidar e aborto legal, gratuito e seguro para não morrer!
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