A prisão do Cabo Roberto Campos Filho, do 8º
batalhão da Policia Militar do Maranhão, ocorrida na última terça feira sob
acusação de incitar policiais militares da tropa de choque a não trabalharem no
dia de folga, é simplesmente absurda!
Na verdade, por trás das grades do Comando
Geral da Polícia Militar se encontra um homem negro que esteve à frente de uma
das mais importantes greves já realizadas no estado do Maranhão contra o grupo
Sarney. Em nosso entendimento, o Cabo Roberto Campos é um preso politico do
governo Roseana (PMDB-PT) que tenta puni-lo por ter liderado, junto a outros
colegas, uma greve que extrapolou os batalhões da PM e envolveu, na sua
dinâmica, diversas organizações políticas e movimentos sociais.
As reivindicações da categoria se
transformaram num tsunami popular, possibilitando que milhares de policiais
reencontrassem o seu Ser de homus proletário, aproximando-os dos movimentos
populares e deixando a oligarquia decadente sem seu escudo de aço. Foi o
conteúdo politico da greve, e não a “insegurança” da população, que fez a
realeza de sangue azul dobrar seus joelhos perante a plebe de farda azul
conduzida por um homem negro.
A presença dos quilombolas no acampamento que
os grevistas realizavam no parlamento estadual e a carta aberta publicada pela
Associação dos Servidores Públicos Militares do Maranhão (ASSEPMMA) pedindo
desculpas aos quilombolas, índios e sem-terra pelos crimes históricos cometidos
pela PM do Maranhão, obrigou a oligarquia a entregar os “anéis”, temendo que os
balaios arrancassem seus “dedos”. Eis por que resolveram negociar.
Do Maranhão, as greves das PM’s e dos
bombeiros expandiram-se por diversos estados brasileiros, e o que é mais
importante, levando setores da própria PM a exigir à imediata desmilitarização
das policiais e o direito à sindicalização. É verdade que a polícia, enquanto
instituição, jamais deixará de ser a “mão de ferro” do Estado pesando sobre a
cabeça dos trabalhadores, mas também é verdade que quando um policial veste sua
consciência com o manto da classe trabalhadora, é o Estado opressor e seus
parasitas que se veem em apuros. Ficar do lado da classe trabalhadora ou agir
como trabalhador consciente de seu pertencimento de classe passa a ser um crime
político na perspectiva de quem domina.
Aqueles que confinaram o Cabo Roberto Campos
são os mesmos que abriram as grades para os assassinos do artista Gerô ou que
tentam de qualquer forma apagar a trilha de sangue que possivelmente levaria
aos autores e mandantes do assassinato do jornalista Décio Sá, que,
infelizmente e tragicamente, era ligado ao grupo que ora silencia sobre sua
morte.
Não temos dúvida de que o cabo Roberto Campos
Filho é um preso político de um governo que pune trabalhador, criminaliza as
lutas sociais e serve de guarita a jagunços e policiais assassinos.
Conclamamos os movimentos sociais e os
partidos de esquerda a realizar uma grande campanha contra a criminalização das lutas e dos lutadores !
PELA DESMILITARIZAÇÃO DA POLÍCIA!
CONTRA A CRIMINALIZAÇÃO DAS LUTAS E DOS LUTADORES!
PELO DIREITO A SINDICALIZAÇÃO DOS POLICIAIS!
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