sexta-feira, 4 de maio de 2012

Um chamado a unidade, um combate à direita e por uma chapa democrática e independente


Juventude do PSTU Maranhão

Dada a largada para o processo eleitoral do DCE da UFMA muito precisa-se analisar e compreender como a história pode demonstrar os erros e acertos do movimento estudantil nacional e local.

Mediante ao acontecimento de um CEB que já se apresentava com todas as suas cartas marcadas para o processo de formação da comissão eleitoral foi fundamental ter uma política concreta para construir um processo eleitoral o mais amplo e democrático possível, onde a comissão formada pudesse expressar minimamente a pluralidade dos setores atuantes dentro da Ufma. E com muita dificuldade este processo está sendo conduzido e a direita começa a emperrar de diversas formas a atuação de companheiros da esquerda do movimento estudantil que estão nos representando nessa comissão.

O Dia 30/05 e as eleições contra a direita e contra o governismo

Desde o ano de 2008 temos a frente do DCE da Ufma o governismo (PCdoB) que apoiou de maneira integral e global as políticas educacionais do governo do Lula e agora do governo Dilma. O reflexo dessas políticas estão hoje representada em vários pontos visíveis dentro da Universidade Federal do Maranhão.

O apoio intransigente das gestões “Somos quem podemos ser” e da “Unidade vai nascer a novidade” ao governo e à reitoria revela o total abandono da luta dos estudantes e o compromisso com um projeto de universidade que não atende à demanda da universidade brasileira e nem muito menos dos filhos dos trabalhadores maranhenses. A universidade que expandiu-se pelo Maranhão conta hoje com cursos extremamente precarizados e de formação rápida. Essa política pensada pelo Banco Mundial e FMI afeta as instituições públicas em toda a América Latina.

O programa Reuni veio imbuído das mais “boas intenções” como expandir o ensino superior público brasileiro. Infelizmente todo mundo está cheio de boas intenções, entretanto essas intenções refletem hoje, após 5 anos de implementação do Reuni nas universidades que de boas não tinham nada. O apoio intransigente da UNE/UJS no processo de precarização da universidade é perceptível no aumento substancial da fila do Restaurante Universitário, na falta de infra-estrutura que comporte a demanda de estudantes, o péssimo planejamento e localização dos cursos (processo vivenciado recentemente pelos estudantes de Ciências Sociais), as obras intermináveis no Campus do Bacanga (em especial o Centro Pedagógico Paulo Freire que foi inaugurando às pressas e sem nenhuma condição mínima de funcionamento) e demais campi, como é o caso de Chapadinha.

Recentemente tivemos a entrada de Gustavo Santos no PMDB que logo passou para  os cargos e secretarias da oligarquia Sarney. Essa fato é um marco na história do movimento estudantil no Maranhão: o Diretório Central de Estudantes da UFMA estava agora representado pela piores práticas na política nacional, a oligarquia Sarney e todo o seu aparato de pistolagem que ao longo de 40 anos expressa no maior coronel da política brasileira.

Mediante a esse cenário os estudantes da UFMA precisam demonstrar seu poder na organização de uma grande chapa unitária que reflita as demandas dos estudantes e transformação da Universidade Federal do Maranhão.

Uma unidade construída nas lutas!

Para nós da Juventude do PSTU, 2011 não foi um ano qualquer! 2011 foi o ano em que vimos revoluções acontecerem no mundo Árabe. Milhares de trabalhadores e jovens foram as ruas exigir a queda de ditaduras históricas e a mudança no regime que permeava o país de pobreza e miséria. O que até então estava escrito na história poderia ser visto pelos diversos meios de comunicação.

A juventude voltou a ocupar seu lugar na história. Na Espanha, Portugal, Egito, Tunísia, Grécia...muito são os exemplos no “Velho Continente” onde percebemos que as condições de vida estão cada vez mais difíceis e os planos de austeridade dos governos europeus caem sobre as costas dos trabalhadores e da juventude europeia.

Nesse mesmo ano, lutas importantes aconteceram em algumas universidades brasileiras devido a precarização no ensino e a falta de assistência estudantil. Dentre as lutas importantes estão as que aconteceram na UEM, UFRJ, UFPR, UFF, UFSC, dentre outras.

É nesse cenário de acontecimentos internacionais e nacionais que a juventude que não se vendeu aos governos e nem à reitoria começou a tocar e organizar lutas importantes na UFMA. Essas lutas foram tocadas por nós do PSTU, pelos companheiros do PSOL e estudantes independentes que constroem o movimento. O marasmo de 5 anos promovido pela direção do DCE da UFMA (PCdoB e recentemente o PMDB) estava sendo sacudido e tomado um outro rumo. Lutas que expressavam concepções muito maiores que a universidade apresenta, como foi o caso do 15 de Outubro (15-O) realizada pela juventude em todo o mundo.

Essa unidade representou e continua representando um avanço importante no processo de reorganização do movimento estudantil. Isso causa incômodo aos olhos do governo, da reitoria de Natalino Salgado, da oligarquia Sarney e demais setores que impedem o avanço das lutas do movimento estudantil independente. A mais recente luta contra o processo de precarização do sistema de transporte de São Luís foi a maior expressão de uma unidade que não nasceu do oportunismo de nenhum setor que constrói as lutas em disputar apenas um aparato burocrático e sim nas lutas cotidianas em defesa dos direitos estudantis na universidade.

Esse é o incômodo que perpassa os marcos da esfera estudantil e toma proporções políticas do ultra-esquerdismo tanto silenciada como ausentes nas lutas tocadas por todo o ano de 2011.

É nesse cenário que começamos construindo desde 2011 que nós do PSTU queremos reforçar o chamado a unidade com todos os lutadores da UFMA, partidários ou não para a construção de uma chapa para as eleições do DCE. Reforçamos esse chamado, pois será a expressão concreta do que foi nossas atividades nesse último ano.

Uma unidade que não se encerra em um cargo de “coordenação geral”. Nós temos a concepção e reivindicamos que as discussões dentro da diretoria do DCE seja feita de forma horizontal e não as práticas stalinistas que vivenciamos durante todos esses anos, onde quem bate o martelo é quem está a frente da entidade. A democracia dentro do DCE apenas é mais um espaço para que essa unidade seja reafirmada com os setores combativos da UFMA.

A postura da ultra e o exemplo das eleições para o DCE da USP

Recentemente tivemos uma vitória do movimento estudantil nacional com a retomada do DCE Livre da USP pela esquerda. Essa não é uma vitória menor! Ela se expressou mediante aos ataques da direita, do Reitor Rodas e de Geraldo Alckimim (PSDB) governador do estado de São Paulo. 

Dos dias 27 a 29 de março mais de 13 mil jovens foram as urnas na USP para combater a repressão aos que lutam, como também aos movimentos de ocupação urbana que ocorre no estado de São Paulo, no emblemático caso dos moradores de Pinheirinho e o massacre promovido pelo PSDB. Entre vencedores e vencidos também podemos tirar uma grande lição!

A vitória da chapa “Não vou me adaptar!” com integrantes do PSTU, MES e CSOL (Correntes do PSOL) e independentes trás uma lição muito importante sobre as posturas sectárias da ultra-esquerda dita “revolucionária” e “anti-capitalista”. A chapa vitoriosa teve cerca de 53% dos votos e setores ultra-esquerdistas e anarquistas tiveram apenas 4%.

O exemplo que aconteceu na USP é bem categórico e relembra outros processos eleitorais dentro da UFMA onde grupos sectários sem muito interesse pelas pautas estudantis se posturam de forma parasitária e bate de frente com militantes que defendem a universidade. Sua política se volta agora a “puxar” boicote as eleições o que categoricamente afirmam que só iria favorecer a direita e à reitoria ou tentar “abocanhar” parte das lutas tocadas por diversos estudantes ao longo desses anos. E paramos para refletir. Quem realmente será o oportunista nesse processo? Os que lutam pela causa dos estudantes no seu cotidiano independente de período eleitoral? Ou será os que fazem diversas exigências para se incluírem nesse processo?

A exemplo do que aconteceu na USP hoje a “ala” anarquista insiste em atacar os companheiros do PSOL e do PSTU sobre uma unidade abstrata e eleitoreira exigindo que nós possamos colocar as cartas na mesa. Companheiros, as cartas já estão na mesa e nesse jogo esperamos que os estudantes saiam ganhando.

A história já nos mostrou e voltamos a reinteirar que a política débil de atacar os estudantes que estão nas lutas cotidianas só tem mostrado o avanço da direita dentro das universidades. 
Assim, fazemos um chamado a todos os estudantes que queiram lutar contra a precarização da universidade, dizer fora a oligarquia Sarney e as políticas de Natalino Salgado que somem suas demandas em uma chapa que expresse a cara do estudante.

Nós queremos que o DCE seja livre, autônomo, independente e que sirva para organizar as lutas dos estudantes.

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